Confira o episódio sobre Lowsumerism:
https://www.youtube.com/watch?v=Yx9e6u3_1Lw&list=PL_YWbfkPIp8A83H4DlujXTmmV3HioInXf&index=3
“Até 2050, a gente vai precisar de duas Terras para nos sustentar”. É com essa frase de impacto que Daniela Klaiman, pesquisadora da Box1824, começa a falar sobre as origens do Low Consumerism e como ele cresceu e chegou ao termo: Lowsumerism.
Ao pé da letra, o low consumerism significa “baixo consumo”, ou seja, a diminuição da compra de bens materiais. A união das duas palavras virou “lowsumerism”, que leva esse primeiro significado a um patamar mais amplo. É uma nova expressão e, segundo Daniela, o mindset da atualidade. Na prática, isso que dizer que a tendência do momento é não só comprar cada vez menos coisas triviais, como roupas, sapatos e maquiagem. Mas é também deixar de se preocupar, de modo geral, com dinheiro – trabalhar para fazer a diferença no mundo, e não para pagar as contas no fim do mês – e com bens fixos – comprar um apartamento já não é, nem de longe, a prioridade dessa geração.
Quanto menos você consome, mais você se acostuma a conviver com pouco e começa até a se incomodar com o excesso – de objetos, de contas, de roupas, de coisas. É dessa mudança que precisamos para que, no futuro, a situação não seja tão catastrófica quanto aquela anunciada no início do vídeo. Somente uma revolução completa nos nossos hábitos de consumo pode mudar o rumo dessa história. Mas como isso vai acontecer?
Daniela explica que nossos valores pessoas permeiam todas as nossas escolhas: de alimentação, de consumo, de marca, de quantidade de coisas que vamos comprar. É por isso que, para que a revolução final nos hábitos de consumo aconteça, o que precisa mudar, em primeira instância, são os nossos valores e prioridades. A passos lentos, podemos dizer que isso já vem acontecendo.
Marcella Raphael, estudante que aparece no vídeo, é um bom exemplo do pensamento que hoje permeia a juventude. Ela afirma que sonha com um emprego que não necessariamente pague um salário alto, mas que traga a ela um propósito de vida. Isto é: essa geração não engole mais essa ideia de que o trabalho serve apenas para pagar as contas e trazer uma vida financeira estável. Se não fizer sentido e não trouxer uma motivação, eles partem para outra.
O que vemos acontecendo é uma ressignificação do conceito de sucesso. Bem sucedido passou a ser aquele que leva uma vida equilibrada entre trabalho e lazer e consegue, vez ou outra, viajar e experimentar coisas novas. Bem sucedido é quem paga as contas em dia e vive feliz, sem precisar esbanjar dinheiro e viver uma rotina de luxo. São os novos tipos de economia entrando em cena para colocar em cheque o modelo capitalista tradicional – aquele que afirmamos anteriormente que precisa passar por uma revolução para garantir a nossa sobrevivência. A “nova economia” agora é regida por três adjetivos-chaves: sustentável, colaborativa e coletiva.
A oposição do consumo X liberdade é a questão do momento. Estamos, aos poucos, descobrindo que quanto mais consumimos, menos livres estamos. Se investimos numa casa própria, não podemos morar fora do país. Se temos muitas parcelas no cartão para pagar, dificilmente vamos nos arriscar e viver novas experiências. Se temos muitos objetos e roupas no nosso quarto, ficamos, de certa forma, impedidos de tomar decisões radicais espontâneas. Quanto mais nos livrarmos dos excessos, mais próximos estaremos da nossa liberdade pessoal. E é essa liberdade que vai garantir que, no futuro, ainda estejamos todos aqui, vivendo bem com aquelas poucas coisas que nos bastam para sermos felizes.
Assista também aos dois primeiros episódios da série, “Da Rua para o Mundo” e “Ativismo urbano: as pessoas fazem a cidade”.
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Semana que vem tem mais.
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