Brazillian VR: a imersão da O2 Filmes

https://www.youtube.com/watch?v=54ijxUufmPI

“País do futebol e do samba, das mulatas e do Carnaval, do calor tropical e das favelas”… esse blábláblá clichê dá até um frio na espinha. Falar sobre o Brasil de forma não-óbvia não pode parecer tão difícil. E não é. O que não falta é ideia boa, como essa aqui: a O2 Filmes vai levar pro SXSW um domo com projeção 360º para os visitantes curtirem uma experiência de Realidade Virtual sobre o Brasil.

Pela primeira vez, o Brasil vai realizar uma imersão tecnológica e inovadora no evento. Os filmes destacam as práticas e techs mais inovadoras e sustentáveis que o país oferece como diferencial econômico e cultural. Ou seja, nada de pão e circo.

United VJs AR O2Filmes APEX 04

A criação tem direção geral do nosso amigo de longa data Ricardo Laganaro, co-direção de Alessandra Pellegrino e produção de Janaina Augustin. Já a curadoria é do mestre Fernando Meirelles.

Pioneira no assunto, a produtora abraça a Realidade Virtual e os vídeos 360º como duas novas ótimas ferramentas de storytelling. Os filmes são produzidos pelo núcleo Outras Telas, da O2 Filmes, que é focado em inovação e novos formatos. As peças já tiveram mais de 50 milhões de views – e não à toa viraram a discussão do painel “Brazilian VR: Creativity to Hit Millions of Views”, onde Quico Meirelles e Laganaro falam sobre a criatividade para conquistar tantas visualizações em VR. Bela conquista dos caras.

Um desses sucessos é o projeto Beyond The Map, filme do Google filmado na favela do Vidigal:

Com a enxurrada de estímulos que só um evento como o SXSW traz, a ideia de trazer uma narrativa sensorial para apresentar o Brasil de forma inovadora (e ainda dar aquele afago na mente) parece até um alívio. Sem falar que é um incentivo bom pra acabar com essa visão torta sobre o nosso impávido colosso.

De malas prontas e para saber ainda mais sobre essa ideia, conversei com o diretor Ricardo Laganaro:

Lagas VR Capa

Conta mais sobre o que vocês vão fazer por lá:

Vou dar uma palestra falando como uma produtora brazuca atingiu milhões de views em VR. E também estaremos com um domo com projeção 360º no estande do Brasil. Vão passar 4 filmes: o primeiro é sobre a biodiversidade como recurso genético pra inovações surgem e podem surgir aqui no Brasil (filmamos em Bonito); No segundo falamos da força da água no Brasil que é fonte, principalmente, pra uma matriz energética limpa (filmamos na Chapada dos Veadeiros); No terceiro, o assunto é agroflorestas: o país será peça-chave na segurança alimentar da humanidade num futuro próximo, e estamos desenvolvendo esta nova forma de se produzir alimentos que mistura produção com a floresta. É a tecnologia mais inovadora e sustentável pra se conseguir sustentar o mundo, sem destruí-lo; E por fim, um filme super gráfico feito pelo VJ Spetto (da equipe da abertura das Olimpíadas), com projeção do filme do Museu do Amanhã.

O que vocês querem mostrar?

Tanto a palestra quanto esse material, são duas oportunidades de mostrar quão inovadores somos por aqui e como podemos trazer nosso olhar, de um país com uma série de problemas, mas sem abrir mão de estar no topo da tecnologia. Um pouco do que o Fernando Meirelles fez na abertura das Olimpíadas, superando as limitações de budget e condições (em comparação com os gringos) com algo que seja relevante de fato, além da pirotecnia tecnológica.

Pra quem é?

Acho que é pro público padrão do Festival mesmo. Gente que está procurando coisas interessantes. Vamos tentar fugir dos estereótipos do Brasil, ao máximo.

E as quais as expectativas?

São as mais legais possíveis. Até o ano passado falamos de narrativas imersivas, VR e tudo que estamos fazendo por aqui, mais como uma vontade do que uma realidade. Agora temos casos para mostrar que é possível, e o que é mais legal: podemos fazer de um jeito “todo nosso”, que chama muita atenção de quem tá lá fora. Acho que meu filme lá de Tribeca é um exemplo legal também, neste sentido. Foram escolhidos 10 diretores em ascensão no mundo para fazer, cada um, um filme sobre um trabalho de uma ONG, que lida com um problema sério do mundo. Coincidentemente ou não, eu fui o único de um país não de primeiro mundo. E talvez tenha sido o único a dar um olhar não tão paternalista sobre a causa. Olhando do mesmo nível, sem pena ou um discurso já pensado sobre a situação. E isso trouxe uma autenticidade, uma verdade pra peça, que acabou chamando atenção lá fora. E acabou sendo o único filme a entrar em Tribeca.

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