Quando não basta acompanhar a série na TV

Costumo dizer que os meios de comunicação vivem 3 estágios de evolução: logo que um novo meio surge, ele produz um conteúdo muito semelhante à linguagens já existentes na época. Só mais tarde, num segundo estágio, é que se vê uma linguagem própria para aquele meio. Com o passar dos anos, há ainda um terceiro estágio, quando o meio precisa reinventar sua linguagem e incorporar características de meios posteriores a ele.

É nesta fase que está a televisão, revendo seu conteúdo pois afinal, os telespectadores de hoje não são mais os mesmos de décadas passadas. E não se trata apenas da diferença entre a programação da TV e as plataformas on demand.

Hoje o novo telespectador consome entretenimento de outra maneira. Um exemplo radical: o seriado norueguês SKAM.

Ele tem sido bastante comentado em todo o mundo. É um seriado de temática jovem que, além de tratar de assuntos bastante atuais e muitas vezes polêmicos, a forma de consumo da série usa e abusa de estratégias transmidiáticas. Além dos episódios semanais e pílulas dos episódios ao longo da semana, a série conta com perfis no Instagram de cada personagem da série que são, veja só, atualizadas no tempo real da ficção. No site da série são publicados também os prints das conversas que acontecem pelo celular.

Ou seja, para consumir cada episódio da semana, além de ver o episódio na TV, é necessário “stalkear” o perfil de cada personagem no instagram.

Não consumimos entretenimento num único momento do dia. Consumimos ao longo do dia, nas timelines das nossas redes. E no fim do dia, vemos o desfecho de tudo no episódio da TV. Sim, parece confuso, mas ao mesmo tempo, faz sentido. Espero ver mais produtos de entretenimento abusando desses recursos transmidiáticos.

https://youtu.be/9W_kw99jQ5M

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