Conselho Nacional da Inovação – A Tempo e com Quem Sabe

Levar um tema sério a sério, não deve ser assim? Quem consegue contestar este argumento? Pois é, se o Brasil pretende realmente caminhar para um desenvolvimento planejado, eficaz e, finalmente, realista em relação à história universal, chegou a hora de parar de brincar. Brincar de política de faz-de-conta, de mercado de faz-de-conta e de organização social de faz-de-conta.

A inovação é o motor atual de desenvolvimento global. Países e grupos transnacionais investem suas energias para serem mais competitivos, em paralelo, o empreendedorismo dá início a grandes mudanças culturais na forma de criar produtos e serviços, bem como de fazer negócios. É sim um turbilhão, complexo para quem está preparado e atualizado, caótico para quem está apenas como espectador.

O tema inovação aqui é manchete, mas continua na superficialidade e, apesar de algumas sementes terem sido jogadas, pouquíssima coisa germinou. Durante 2017 fiz um apanhado geral do ecossistema da inovação (ou tentativa de) nas esferas municipal, estadual, federal, privada e nas entidades de classe, e percebi que faltam elos importantes para que a configuração necessária realmente se estabeleça.

Falando em inovação, o elo mais visível é o dos jovens empreendedores, cheios de vontade, mas com pouca experiência e conhecimento, que aparece bastante por conta do uso das redes sociais. No outro extremo, o dos organismos de inovação científica e tecnológica, que é antigo, engessado e pouco eficiente, que contém muita gente experiente e que já quebrou muitas pedras no universo da inovação. Entre estes dois extremos, estão as universidades, as indústrias, os prestadores de serviços e até a economia social (chamada por aqui, erroneamente, de 3º setor).

Para além destes elos existem também alguns conectores que atuam como sinapses, os consultores, os mentores, os anjos investidores, as aceleradoras e os speakers (estes últimos são, na grande maioria, apenas comunicadores não especialistas).

Diante deste cenário percebo que é urgente que haja um grande movimento que alinhave tudo isto e, como tudo o que se refere à inovação, não há como fugir à regra, temos que começar este trabalho de cima para baixo, em efeito cascata. Por isto visualizo a Inovativa, órgão do governo federal subordinado ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), como um potencial viabilizador desta missão, mas como a empreita é enorme, similar ao tamanho do país, há de se aparelhar este órgão para tal objetivo, assim, a minha sugestão é que se crie um Conselho Nacional da Inovação (CNI9).

Para tornar um país mais competitivo via inovação não basta focar nas startups (jovens empreendedores), então ao agregar um conselho de peso à Inovativa, sua abrangência poderá ser mais eficaz, impactante e relevante. Agora é o momento!

O CNI9 dará suporte ao trabalho da Inovativa no plano de integração de todos os elos e conectores através da orientação estratégica para que o ecossistema se estabeleça e cresça. Isso só pode acontecer com a formação de um grupo de conselheiros notoriamente conhecedores do tema, como é óbvio. Ainda assim, somente a Inovativa com sua atuação junto ao MCTIC e ajuda do CNI9 não conseguirá cumprir a missão de estabelecer o ecossistema da inovação no país: será necessário trabalhar transversalmente com todos os ministérios.

Não há como escapar da atuação em rede, pois esta é a configuração do mundo atual, embora o modo de organização política esteja sempre atrasado (isto é histórico e global), salvo raras exceções. Desse modo, somente atuando em rede com todos os Ministérios*, a partir do MCTIC e através da Inovativa + CNI9 é que os resultados aparecerão. São mudanças e quebras de paradigmas, termos tão comuns à inovação, mas nada rotineiros na administração pública. Seguindo essa linha de raciocínio, faz-se necessário que o desígnio inicial para tudo isto parta do ápice da gestão do país, a Presidência da República em exercício.

Voltando à ideia de concepção do CNI9, reunir num conselho os já existentes membros do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (MCTIC), representantes do sistema 5S (Sebrae, Senai, Senac, Sesi e Sesc) e experientes atores no segmento da inovação, agregando experiências e visões distintas, todas importantíssimas quanto à inovação pelo enorme e legítimo portfólio somado de todos, seria mais do que favorável. Como digo no título deste artigo, que serve de sugestão e ao mesmo tempo convite público, a tempo e com quem sabe.

O CNI9 deve ser um órgão perene, respeitável e abrangente, apolítico e com uma única missão: que a inovação realmente colabore para que o Brasil deixe de viver no atraso, sempre perdendo oportunidades.

A seguir sugiro alguns nomes muito significativos como conselheiros, sempre com um olhar abrangente e imparcial. É claro que coloco-me na sugestão (meu ego permite que o faça, assim como respeito e admiro o ego de todos). São pessoas com muito tempo de experiência com os temas inovação, criatividade e mudança de paradigmas, e/ou que representam entidades importantes no contexto da inovação, relacionadas abaixo, em ordem alfabética:

Acredito que, ao agregar estes nomes às entidades já mencionadas neste artigo, dá-se início a um verdadeiro programa de inovação nacional. Esta é a minha sugestão para um bom começo de 2018 à Inovativa e ao Brasil.

*Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cidades, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Cultura, Defesa, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Educação, Esporte, Fazenda, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Integração Nacional, Justiça e Segurança Pública, Meio Ambiente, Minas e Energia, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Relações Exteriores, Saúde, Trabalho, Transparência, Fiscalização e CGU, Transportes, Portos e Aviação Civil, Turismo, Secretaria de Governo/PR, Secretaria-Geral/PR, Advocacia-Geral da União, Banco Central do Brasil, Casa Civil e Gabinete de Segurança Institucional.

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