É comum pensar no tempo de forma linear. Passado, presente e futuro, algo bem definido. Um amontoado de eventos que acontecem uma vez apenas e que não se repetirão.
Os gregos antigos, tinham uma ideia diferente do tempo. Não tem começo e nem fim. É um eterno retorno. Eles acreditavam que a história é uma eterna repetição de fatos passados. É como uma roda do tempo.
O filósofo alemão Hegel dizia que “um acontecimento histórico acontece, não uma, mas duas vezes”. Para retrucar, Marx colocou um pouco de pimenta dizendo: “A história e seus personagens se repetem duas vezes, a primeira como tragédia e a segunda como farsa.”
De forma otimista, espero que ele não esteja certo, porque essa frase quebra totalmente o motivo pelo qual estou escrevendo esse texto. Correto ou incorreto, o importante é a discussão filosófica.
Quem aqui nunca se deparou com um comentário assim:
Parece que voltamos ao século XIX!!!
Esse tipo de pensamento é originado pelos acontecimentos tristes, retrocessos, e pela crescente onda de conservadorismo que se instaurou no mundo nos últimos anos. E, se o conservadorismo está crescendo, existe uma lacuna urgente e angustiante, do nascimento, ou crescimento, de uma nova contracultura.
Contracultura é um movimento que teve seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais liberal, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político.
Nessa mesma semana fui impactado/inspirado por duas músicas que nos mostram que talvez os tempos sejam mesmo cíclicos, e que uma nova onda de mudanças está começando.
Começo falando sobre O Black Eyed Peas, que a alguns dias lançou essa música pesada, com um clipe sensacional, moderno, mas que volta aos anos 60, sonora e visualmente, com um discurso forte sobre a vida na rua, contendo referências fortes e imagens de Martin Luther King Jr., Malcom X, entre outros, com uma linha de jazz com um baixão grave. Levantando questões importantes que são discutidas com mais força desde os anos 60.
E por outro lado conheci a impressionante e jovem releitura do rock do final dos anos 60, bandas extremamente alinhadas com movimentos de contracultura. A banda atual Greeta Van Fleet, que já foi citada aqui no UOD, é uma viagem no tempo, é fácil perceber a forte influência do Led Zeppelin, mas eles tem vida e sonoridade própria. Parece que veio para alimentar os corações dos órfãos do Led. É muito bom ler os comentários dos videos deles.
A palavra REVOLUÇÃO, tem sua origem no latim “revolutio”, que é o ato de dar voltas…
GIRAR, VIRAR, DAR VOLTAS…
Além dos significados científicos – movimento circular ou elíptico, movimento orbital, rotação de uma curva em torno de um eixo, dentre outros – revolução também pode designar o movimento de revolta contra algum tipo de poder estabelecido, que visa, essencialmente, a promoção de mudanças significativas nas instituições econômicas, políticas, morais e culturais.
A palavra ‘revolta’, também possui a mesma etimologia.
Coisas do ano de 1968/2018.
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