Não, não siga a sua paixão – pelo menos quando o assunto é trabalho, melhor mesmo é silenciar a voz que vem do coração. Quem contradiz os best-sellers de auto-ajuda (e ao que eu acredito) é o bilionário americano Mark Cuban, dono da equipe de basquete Dallas Mavericks e presidente da HDNet.
A posição polêmica de um dos mais badalados investidores do Shark Tank tem respaldo em sua própria experiência. Durante a rodada de entrevistas do Amazon Insights for Entrepreneurs (acima), o americano cuja fortuna é avaliada em 3 bilhões de dólares disse que o perigo desse conselho é que nem sempre você é bom naquilo que desperta sua paixão. “Eu era apaixonado por beisebol e queria ser um jogador, mas descobri que o desempenho das minhas jogadas estavam consideravelmente abaixo dos profissionais”, explica.
Em vez de se dedicar às paixões, Cuban defende investir nas coisas que você naturalmente se esforça e emprega seu tempo útil.
“Acabei me tornando muito bom nas atividades que consumiam o meu tempo, e não necessariamente despertavam minha paixão. Acho que é um bom jeito de avaliar as coisas: você desloca sua agenda para fazer atividades que domina, e vai melhorando ainda mais com o tempo”, conclui.
Embora cada um tenha sua própria “receita” para o sucesso, talvez fique difícil rebater alguém que chegou tão longe, ainda que adote uma opinião tão diferente das demais. De qualquer forma, é bom ponderar pontos de vista distintos e encontrar, por conta própria, aquilo que se aplica na sua vida. A minha sugestão é que tentemos sim seguir, pelo menos, um pouco as nossas paixões (caso você ainda não seja um bilionário).