“A arte existe porque a vida não basta”, a célebre frase de Ferreira Gullar poderia ser o mote do Meow Wolf, um grupo composto por artistas que atua em Santa Fe, no Novo México (EUA).
Dispostos a criar um mundo de arte sem limites e sem censura, o coletivo transformou a vida na pequena cidade americana – e muda a vida de cada visitante que ali pesa.
Com instalações dantescas caóticas e provocativas, o Meow Wolf é descrito pelos membros como um portal para outra dimensão, e talvez só isso dê conta de explicar o inexplicável: a única forma de fazer tudo isso ser inteligível é sentindo na pele a proposta dos criativos.
Mas se de um lado a experiência em primeira pessoa se torna indispensável para compreender a magnitude das obras criadas, por outro há quem esteja tentando facilitar as coisas e contar a história de como esse coletivo começou.
Quem assumiu essa missão de tornar tudo inteligível foram os diretores Morgan Capps, Jilann Spitzmiller, que estão por trás do documentário com premiere mundial agendada para 10 de março, às 21h15, no Vimeo Theater, aqui no SXSW.
Longe de uma edição canonizada e falsa, o documentário de mais de 100 minutos conta de forma crua a trajetória do grupo, mostrando o alto preço que se paga pelo rápido crescimento e as discordâncias internas que surgem com o sucesso do que antes era apenas um sonho grande.
Quem também participa da peça é o escritor George R. R. Martin, que se encantou com o coletivo a ponto de permitir que os artistas tomassem conta de um salão de boliche, construindo ali a instalação que eles quisessem. O resultado foi uma exposição gigantesca com mais de 140 artista trabalhando ininterruptamente num ritmo frenético.
Essas e muitas outras histórias compõem a narrativa cronológica do Meow Wolf, que já já extrapola as fronteiras americanas – tomara!
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