Ready Player One de Spielberg: deliciosa overdose de cultura pop na veia

Num futuro próximo o mundo está de cabeça para baixo e as pessoas preferem passar seu tempo jogando a realidade virtual OASIS.

Steve Spielberg foi bem claro, éramos as primeiras 1000 pessoas a assistir a première mundial de Ready Player One no Festival de Filmes do SXSW 2018, dentro de um entusiasmado Paramount Theater em Austin, Texas.

O diretor foi categórico: “eu não fiz um simples filme que levou 3 anos pra ficar pronto, eu fiz um verdadeiro movie. É um aventura sobre games e cultura pop, para divertir gamers e não-gamers”.

Um Spielberg na sua melhor forma, com a linguagem da internet atual mas capaz de entreter quem viu ET no cinema e também os seus filhos e netos.

Num futuro próximo o mundo está de cabeça para baixo e as pessoas preferem passar seu tempo jogando o game de realidade virtual OASIS. Escolhem avatares para jogar, podem ser quem elas desejam. O filme transita entre o real e o virtual infinita vezes, mas a mágica de Spielberg nos conduz pelo confusa viagem com maestria. 

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A turma de jovens heróis, o vilão abobado, a porradaria visual, o amor em sua mais pura forma, estão todos lá. Impossível não lembrar dos filmes de Spielberg, RPO é também uma auto-homenagem cheia de referências a muitos deles. E não perde a chance de consagrar outras gênios como Zemeckis e o seu DeLorean de “De volta para o Futuro” e Kubrick, cujo filme não citarei para não gerar um spoiler claro demais – a pedido do próprio diretor.

São tantas referências a personagens do pop, games, música e filmoteca spielberguiana, que facilmente um expectador menos familiar poderia se perder no meio de tantos easter eggs. Mas o roteiro de cair o queixo, adaptado por Zak Penn do denso e genial livro de Ernest Cline, e os efeitos especiais épicos não permitem que isso aconteça. É diversão pura, uma experiência em VR sem VR que deu certo, perfeita para ser assistida numa sala Imax. E olha que ainda houveram problemas técnicas na sala do Paramount – o filme ficou sem som no momento do clímax – mas só serviu mesmo para esquentar a galera.

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A trilha sonora, aliás, é um capítulo a parte, transita por várias décadas e culmina numa dança de salão flutuante com o eletrônico de New Order. Sensacional.

O perfomance do casal principal é fabulosa, Olivia Cook da série Bates Motel está impecável como Art3mis. Tye Sheridan de X-Men encanta como o herói Parzival. Os demais integrantes do elenco são revelados aos poucos, primeiro no mundo virtual e depois no mundo real descrito no livro. Mais um artifício genial para se apaixonar por cada herói e anti-herói. Spielberg ressaltou no final, ele não queria fazer um filme de ação somente, mas um filme de personagens. E por isso, temos muito caldo para uma sequência.

Que os fãs de Parzival, Art3mis e Aechs que seguramente circularão como cosplayers pelas feiras de quadrinhos espalhadas pelo mundo este ano, nos confirmem e impulsionem nesta direção.

O filme estréia no Brasil em 29 de março.

 


Este post faz arte da cobertura oficial do SXSW 2018 pelo Update or Die, diretamente de Austin, no Texas. Não deixe de conferir os outros posts com o melhor do festival na nossa página exclusiva do festival clicando aqui.

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