Como uma família italiana revolucionou o consumo do café com uma cafeteira

Nos anos 30, a Moka Express, a famosa “cafeteira italiana”, revolucionou o modo dos italianos beberem café.

Um café e a conta, por favor. Que tal um café no escritório e eu te mostro o projeto novo? Passa em casa para tomar um café e a gente coloca o papo em dia. Esse líquido escuro, quente, de aroma forte que invade as narinas e o ambiente, é mais que uma bebida saborosa, que dá energia para começar o dia e enlaça e refeições. O café provoca encontros, entremeia negócios e está presente nas mesas do mundo todo. Ele é um hábito social.

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A “Moka Express”

Grande parte desse costume se deve à Moka Express, que revolucionou o modo dos italianos beberem café. Alfonso Bialetti, nos anos 30, observando como mulheres escaldavam roupas, teve a ideia do que ficaria popularmente conhecido como “cafeteira italiana”.

Como Funciona?

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A Moka é dividida em três partes.

A Moka é dividida em três partes. Na de baixo, coloca-se a água. Na do meio, no filtro metálico, vai o pó. Quando levada a fogo baixo, a física entra em ação. A água borbulha, sobe pelo filtro, encontra o pó e faz o café na parte de cima. Está pronto um legítimo expresso italiano. Buon divertimento! Em mais de 80 anos, a mágica continua acontecendo da mesma maneira.

 

Uma História Familiar

Apesar de Alfonso ter tido a ideia da máquina, quem a levou para a casa dos italianos foi seu filho, Renato. Apostando em branding e publicidade, ele fez com que as vendas da Moka Express crescesse a ponto de, em 1955, 65% das cafeteiras comercializadas no mundo todo fossem da marca criada pelo pai. Renato criou um mascote, “l’omino coi baffi” (o homenzinho com bigode) – dizem que inspirado em si mesmo – e o colocou em todas as cafeteiras, diferenciando-se dos concorrentes que começavam a surgir embalados pelo seu sucesso.

Também teve a sensibilidade de perceber que, até então, o expresso era servido somente em cafés e bares frequentados predominantemente por homens e algumas mulheres acompanhadas – lembre-se, estamos falando dos anos 50. Com a Moka Express, o café expresso não precisava mais ficar restrito a rapazes charuteiros de final de expediente.

Para crescer, ele precisava entrar nas casas italianas e conquistar um público pouco explorado até o momento: as mulheres. E para tanto, Renato apostou na publicidade direcionada para elas, mostrando mulheres poderosas, bonitas, bem vestidas (de calças!) e curtindo um saboroso café juntas. A sensibilidade de Renato Bialetti foi apostar em uma comunicação inclusiva, moderna e que, ao mesmo tempo, ressaltava a tradição do bom café.

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“La cucina italiana” – anúncio Bialetti Moka Express de 1959

 

Há alguns anos, o segmento passou por mais uma revolução: A Revolução das Cápsulas. A primeira Nespresso surgiu m 1986, mas foi em 2001 o boom da sua comercialização. Hoje, outras grandes marcas possuem máquinas individuais de expresso em cápsulas e o consumidor pode escolher entre Dolce Gusto (que assim como a Nespresso é uma marca Nestlé), Delta, Três Corações e tantas outras. Pode optar por preço, design, comodidade e tecnologia. E mais, pode escolher qual cápsula usar. Renomadas cafeterias, como Suplicy e Octavio Café, vendem cápsulas para serem usadas em diferentes máquinas. Sem gastar fortunas, você pode explorar sabores diferentes, grãos colhidos pelo mundo e torrados de diferentes formas, sozinho ou junto dos amigos, cada um tomando o que mais lhe agradar.

qlip delta
Um dos últimos lançamentos do segmento, a Delta Qlip quer ganhar o fã de expresso por ser extremamente compacta

O Brasil é o maior exportador de café do mundo e o segundo maior consumidor. O segmento de cápsulas representa 0,6% do mercado nacional, que é majoritariamente dominado pelo bom e velho café coado. Porém, espera-se que até 2020, esse mercado triplique e as cápsulas abocanhem R$ 3 bilhões. O aumento do consumo vai, provavelmente, tornar as máquinas e as cápsulas mais acessíveis e aumentar ainda mais a diversidade de sabores disponíveis. Parece que o expresso não para de crescer e somos nós, consumidores, quem saímos ganhando.

Vamos tomar um cafezinho?

 

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