Cineminha liberado todos os dias

Movie Pass: um filme por dia nas melhores salas de cinema, por 10 dólares/mês. Sustentável?

O cartão que está mudando a maneira como os americanos vão ao cinema.

Cineminha liberado todos os dias

A Netflix representou um marco na história da sétima arte, por ter transformado o hábito de consumir filmes em nossos sofás. Mas, e se pudéssemos fazer um update em nosso comportamento de consumo ao frequentar salas de cinema? É o que promete a nova tendência trazida por outra startup americana, a Movie Pass.

Aderindo ao plano ilimitado, você pode assistir 1 filme por dia, nas melhores salas de cinema, pagando apenas $9.95 dólares por mês.

Como funciona?

O processo é simples: baixe o aplicativo, faça seu cadastro e receba em casa um cartão de débito que pode ser usado para fazer o check-in na sessão desejada. Depois é só apresentar seu Movie Pass, retirar o ingresso na bilheteria e comprar as pipocas! Aliás, fica aí uma sugestão de upgrade para os rapazes da Movie Pass.

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Um negócio sustentável ?

Não há um só dia em que a viabilidade desta nova tecnologia não seja questionada em dezenas de artigos publicados nas mais variadas mídias americanas. Afinal, como garantir 30 filmes por mês para cada usuário por este valor se um único ingresso custa, em média, 15 dólares em Nova York? A conta que não fecha é o principal alvo das críticas, levando até mesmo a realização de auditorias independentes, demonstrando que a Movie Pass já opera com “prejuízos” na ordem dos 20 milhões de dólares por mês.

Mas – não há nada de novo no reino da Dinamarca – se compararmos à outras tecnologias disruptivas, como a própria Netflix, que até hoje “não dá lucro”, ou até mesmo o caso mais emblemático da Uber, que atingiu a marca de 1,5 bilhões de débito em março deste ano, segundo a Bloomberg.

A Estratégia

A estratégia é ousada, mas cada passo é planejado. Startups, por natureza, são criadas e administradas sob um novo olhar de gestão, sendo assim mais agressivas em suas tomadas de decisões. Foi então que, em agosto de 2017, a carteira de usuários da Movie Pass decolou de 20 mil para mais de 2,5 milhões! Motivo: disponibilização do plano mensal ilimitado de 9.95 dólares em substituição a planos que ofereciam 3 filmes por mês a um custo de 20 dólares e uso ilimitado por até 100 dólares.

Aliás, há algumas semanas, a Movie Pass “pausou” a oferta deste plano, substituindo-o por uma mensalidade de 29 dólares trimestrais que dão direito a assistir até 4 filmes por mês e uma assinatura do aplicativo de músicas iHeartRadio. Essa mudança tem gerado queixas, embora o CEO da Movie Pass,  Mitch Lowe, tenha garantido que nada muda nos planos já contratados e que a oferta pode retornar em breve.

Mais uma vez: e-s-t-r-a-t-é-g-i-a!

Afinal, agora com com mais de 2,5 milhões de assinantes, a startup pode negociar melhores acordos com as gigantes do setor cinematográfico, aumentando as parcerias e atraindo investimentos que possam manter o seu produto atrativo e sustentável.

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Negócios tradicionais X Tecnologias disruptivas

É assim que nascem e florescem as tecnologias disruptivas, transformando produtos e serviços já consagrados, promovendo mudanças bruscas em seus modelos de negócios.  A disrupção vai além de updates, ela tem o poder de remodelar um setor, resgatando-o da obsolescência e trazendo-o para os top trending novamente. É um processo de reciclagem – de negócios, estratégias e de mudança de comportamento de consumo.

Tradicionais corporações que dominam o mercado, como a rede de cinemas  AMC, podem resistir, mas há um limite até mesmo para estes Golias. Mais cedo do que se prevê tomam o rumo da parceria a fim de preservar-se no mercado por meio da coexistência com novos modelos de negócio.

Não há mais volta: na pós-modernidade, o desejo do consumidor assume o centro de referência para quaisquer ações que venham a ser realizadas por empresas, sejam elas tradicionalmente estabelecidas ou startups que estão desruptindo o mercado.

Fato é: se eu comprasse ingressos como fazia-se num passado bem recente, teria gasto, esta semana, no mínimo 60 dólares pelos 4 lançamentos que assisti. É tempo de criar novas soluções para novas e antigas demandas. Tempo de aprender a conjugar novos verbos: vamos desruptir!

*A Movie Pass foi fundada na Califórnia,  em 2011, por dois jovens empreendedores,
Stacy Spikes e Hamet Watt. Hoje é sediada na Cidade de Nova York.

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