Em feira de ciência nos EUA, brasileira é motivo de orgulho nacional

E pode amenizar a poluição em todo o mundo.

O Brasil tem tanta dificuldade em seguir leis à risca que a gente burla até a de Murphy. Veja vocês que, depois de incendiar a estufa onde realizava experimentos acerca da cristalização de polímeros (eu também não sei o que é, mas o Google sabe), a estudante Myllena Silva, de 19 anos, pode estar prestes a “salvar o mundo”.

Aluna do Instituto Federal do Ceará, a jovem – como qualquer um de nós, de humanas, exatas e talvez biológicas – se apressou em apagar as chamas da única maneira que sabemos: jogando água.

O incidente lhe rendeu uma bela suspensão, mas em vez de aproveitar o “castigo” para buscar uma nova vocação, a garota mergulhou ainda mais na pesquisa que vinha fazendo.

Durante novas pesquisas, reparou que o choque térmico provocado pelo contato do material em chamas com a água criou uma superfície lisa que a estudante passou a chamar de cristais lisos. Sua grande sacada foi observar que essa nova substância repele líquidos e, portanto, poderia ser aplicado com sucesso para combater o vazamento de óleo em navios petroleiros.

A teoria saiu logo do papel e ficou comprovado que Myllena estava certa: seu experimento acidental pode, sim, ser a solução para um dos problemas mais danosos à vida marinha.

Para sambar na cara de Murphy de vez, a universitária usou a mesma descoberta em outros experimentos, e conseguiu transformar isopor em um material cristalino poroso. A essa nova substância adicionou uma bactéria eficaz na decomposição de plásticos e isopores, e constatou que o processo de degradação bacteriano era notoriamente mais rápido quando aplicado a esses cristais: a decomposição de um isopor tradicionais leva, em média, 150 anos, mas a desses cristais porosos apenas sete meses.

Por fim, foi analisado o subproduto gerado a partir da degradação desses cristais, e descobriu-se que a excreção das bactérias era óleo de etileno que, por sua vez, é a matéria-prima do isopor. Ou seja, a jovem identificou um ciclo fechado perfeito, que é quando o produto industrializado (neste caso, o isopor) retorna à sua própria matéria-prima após alguns processamentos. Para facilitar o entendimento, a aplicação prática é que agora podemos recolher isopor descartado incorretamente no meio ambiente, ou mesmo fazer uma coleta seletiva do material nas cidades, e reciclá-lo em sua totalidade.

Essas duas descobertas renderam à Myllena dois prêmios especiais na maior feira de ciência do mundo, a Intel ISEF, que teve a edição deste ano celebrada em maio, em Pittsburgh. Além do devido reconhecimento, a jovem recebeu ainda duas ofertas de bolsas de estudo integrais: uma na Universidade do Arizona, outra na Universidade Estadual do Arizona.

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