[mks_dropcap style=”letter” size=”122″ bg_color=”#ffffff” txt_color=”#419100″]O[/mks_dropcap] cenário competitivo, força as organizações a estarem atentas às diversas transformações e realidades que influenciam a sua atuação e sobrevivência. Uma delas se refere ao impacto ambiental e à sustentabilidade. Esta vertente vem sendo empregada em estratégias de marketing, por meio do marketing verde.
“O marketing verde é centrado na pressão legislativa que busca promover um desenvolvimento empresarial “amigo do ambiente”” (PAIVA; PROENÇA, 2011, p.63).
Portanto, o marketing verde é norteado por uma cultura real de compromisso e respeito ao meio ambiente e a sociedade. Ottmann (2012, p.181-182) explica que, “com a popularização da consciência verde agora, muitas empresas atendem a consumidores que há pouco se tornaram conscientes da importância de proteger o ambiente, lançando produtos e serviços que podem, intencionalmente ou não, não ser exatamente o que dizem,” para estas práticas é utilizada a denominação Greenwashing.
O “verde” é moda e assim deve ser. Que não se reduza a uma tendência passageira, mas que o “verde”, como símbolo de um desenvolvimento mais sustentável, possa ser parte essencial da cultura das atuais e futuras marcas de Moda.
Você, com certeza, já deve ter lido algo como: “A indústria da moda é a segunda indústria que mais polui o meio ambiente”. Mas será?
Considerando o cenário Brasileiro, um relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), aponta que a Mudança de Uso da Terra (desmatamento) foi responsável por 51% do total de emissões de GEE, em segundo lugar está a Agropecuária (22%), em terceiro o setor de energia (19%) e os setores de processos industriais e resíduos assumem a quarta e quinta posição, empatando com a parcela de 4% cada.
Em um panorama mundial, o Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental, aponta que, considerando as emissões diretas, a indústria é responsável pela emissão de 21% dos Gases de Efeito Estufa, perdendo para a eletricidade e produção de calor (25%) e agricultura (24%).
No que se refere ao setor da moda, um relatório importante intitulado O Pulso da Indústria de moda, expõe uma relação de fatos sobre a saúde da indústria, avaliando e quantificando a oportunidade global para a sustentabilidade na moda. O relatório afirma que há uma necessidade urgente em melhorias ambientais, sociais e éticas na indústria da moda.
Segundo o relatório, considerando as estimativas de crescimento da população mundial, o consumo global de vestuário aumentará em 63%, ou seja, de 62 milhões de toneladas (dados atuais) para 102 milhões de toneladas até 2030, o que é equivalente a mais de 500 bilhões de camisetas. Segundo os dados do relatório a indústria da moda foi responsável pela emissão de 1,71 milhões de toneladas de CO² até 2015 e é previsto um aumento de 63% até 2030, ou seja, se nenhuma ação for tomada a indústria da moda será responsável pela emissão de 2,79 milhões de toneladas de CO².
Há uma luz. De acordo com o relatório,
para 56% das empresas de vestuário existem múltiplas metas relacionadas à sustentabilidade.
Embora a indústria do vestuário não seja uma das principais poluentes do planeta, existem vários aspectos ambientais e potenciais poluidores que são inerentes a qualquer atividade econômica. Por isso, é necessário o investimento em um bom planejamento “verde”, aliando a tecnologia e o cuidado com todos os processos que possuem interface com os recursos naturais e o meio ambiente.
Dahlstrom (2011, p.23) afirma que um bom planejamento de marketing verde deve “[…] examinar a interação do meio ambiente com a estratégias corporativas”. Ele esclarece que este planejamento deve promover um ajuste relacionado ao ambiente, os objetivos e os recursos da empresa, mais precisamente buscando um maior esforço em compreender como o meio ambiente influência e é influenciado pelo mercado. O planejamento verde deve ser integrado na missão, objetivos e táticas de marketing das empresas.
Que o “tom de verde” das indústrias e dos consumidores possa subir cada dia mais através de ações com credibilidade, que, de fato, contribuirão para um desenvolvimento mais sustentável, que como visto, tem indicadores preocupantes para a saúde do planeta, bem como, para a bom desenvolvimento da cadeia têxtil.
Referências:
OTTMAN, Jacquelyn A. As novas regras do marketing verde: estratégias, ferramentas e inspirações. São Paulo, SP: M. Books, 2012.
PAIVA, Teresa ; PROENÇA, Reinaldo. Marketing verde. São Paulo, SP: Almedina, 2011.
DAHLSTROM, Robert. Gerenciamento de marketing verde. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2011.