Goleada russa: cinco autores locais que você deveria conhecer

Driblando todas as possibilidades, autores contemporâneos mostram que há um outro lado da cultura local, e que uma nova seleção de intelectuais faz jus à fama e aos títulos internacionais que carregam consigo na história.

Dentro e fora de campo a Rússia é só goleada, mas embora os dotes futebolísticos sejam novidade no berço da matrioska, a artilharia na literatura é notícia velha: Tolstoy, Dostoievski, Pasternak e Solzhenitsyn são apenas alguns dos craques que deram à camisa russa o peso literário (e estrelado) que ostenta hoje.

Driblando todas as possibilidades, autores contemporâneos mostram que há um outro lado da cultura local, e que uma nova seleção de intelectuais faz jus à fama e aos títulos internacionais que carregam consigo na história.

Em homenagem ao verdadeiro show da Rússia sobre a Arábia Saudita, num 5×0 bonito de se ver, vamos escalar um escritor por gol — porque essa Copa do Mundo está só no primeiro capítulo.

Boris Akuninboris akunin 1

Esperar pelo apito do juiz é fichinha para os corações que acompanham as aventuras do detetive Erast Fandorin — talvez o personagem mais famoso criado por Akunin. As histórias do escritor russo são tão envolventes que foram adaptadas para as telonas locais, e agora fazem o mesmo caminho no exterior. O enredo se passa na Moscou do século 19, e é um excelente “aperitivo” para quem tem ensaiado visitar o país.

 

Lyudmila Ulitsakaya

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Conhecida em diferentes partes do mundo, a autora é formada em biologia e trabalhou como geneticista por dois anos – foi só no final da década de 80 que a russa se entregou à escrita de histórias fictícias. Seu primeiro livro, “Sonyechka”, estourou na França, a ponto de lhe render um Prix Medicis. Dona de um estilo mais dinâmico, que evita longas descrições e aposta em diálogos ricos, Lyudmila é uma das protagonistas da nova cena literária russa.

 

Dmitry Glukhovsky

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Quando enredos pós-apocalípticos eram “tudo mato”, o escritor já apostava no gênero. Sua grande obra, “Metro 2033”, que se passa no sistema metroviário de Moscou, foi primeiro publicado online, em 2002. A popularidade em ambiente virtual lhe deu a tração necessária para a impressão do livro, que só aconteceu em 2005. A sequência dessa história, “Metro 2034” e “Metro 2035”,  seguiu o mesmo caminho bem sucedido da obra de estréia do autor mais pop da literatura russa.

 

Vera Polozhkova

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Pioneira na arte de difundir poesia pela internet, Vera Polozhkova ensaiou seus primeiros rabiscos aos cinco anos de idade. Seu primeiro livro de poesias foi publicado em 2008 graças ao escritor Aleksandr Zhitinskiy, seu conterrâneo, que conheceu o trabalho da moça na web. Artista de muitos talentos, Vera foi uma das primeiras poetisas a encarar o palco: ela ficou sob os holofotes e declamou seus versos ao som de música ao vivo, em uma performance inesquecível. A partir de então a russa assumiu seus outros dotes, cantando e atuando em peças inspiradas em sua obra.

 

Tatyana Tolstaya

tatyana tolstaya

Não se pode enganar a genética: Tatyana traz no sangue a sua sina de escrever. Parente distante de Leo Tolstoy, a russa é neta de Aleksey Tolstoy, um dos precursores de ficção científica, e é da família de Ivan Turgenev, uma das estrelas do que ficou conhecido como “Época de Ouro da Literatura Russa”. Todo esse caldeirão hereditário foi canalizado em uma escrita única, que emergiu na Perestroika e no período pós-soviético. Sua marca registrada é o uso de elementos surreais para contar os detalhes que tanto gosta. Tatyana é ainda apresentadora de TV e ensaista, comentando ativamente sobre a realidade moderna da Rússia.

 

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