“Great work covers almost any crack”.
Com essa frase, copiada para o título do meu primeiro texto aqui no Update or Die, David Droga me transportou ao universo de Cannes. Ele foi o primeiro palestrante do palco principal, falando muita coisa sobre sua trajetória de vida e sobre o que considera um trabalho bom de verdade.
No meio de tantas memórias, como o Picasso que ganhou da Saatchi&Saatchi, ou seu primeiro prospect como Droga5, essa pérola saiu de seu discurso, quase que despercebida. E ela é meu ponto de partida para falar sobre meu primeiro dia em Cannes, por alguns motivos:
(desculpe a quebra na narrativa; é que eu gosto de listas e também não abro da desordem)
1. Muito ouvi hoje sobre (em 3 palestras diferentes do festival) o termo “Power of Creativity”.
Sim, sei que Cannes é um festival criativo, mas esse termo nos diz respeito como seres humanos. Nosso diferencial como seres frente a qualquer tipo de avanço tecnológico é a capacidade de improviso e de pensar e executar as coisas de forma não linear, e a tecnologia vai ser cada vez mais uma potencializadora nisso, e não uma concorrente (assim me garantiu o pessoal da Dentsu Inc, que palestrou sobre I.A. e levou um androide à la Dragon Ball Z para o palco). Sabemos que já foi feito um teste criativo no Japão entre I.A. e um premiado diretor de criação, e ainda podemos nos considerar superiores (por mais que a automatização de uma série de serviços – que tomarão nossos empregos – são uma certeza e uma realidade).
Humanoid Robot
2. Esse pensamento de qualidade única humana nos leva a um segundo tema abordado hoje: O futuro é sobre despertar emoção e reação humana.
O palestrante Adrian Leu nos apresentou uma tecnologia acoplada ao VR que pode ler a reação do usuário, e a partir dela podemos ter um sistema de otimização e de experiência real. E é nesse ponto que entendemos para onde estamos caminhando; apesar de todo o avanço tecnológico, o consumidor é o foco; ou seja, as pessoas e suas emoções são o grande negócio que queremos tocar (como sempre foi em propaganda), e a tecnologia é o suporte. E para provar isso, deixo com vocês o case abaixo, que exemplifica como uma experiência magnífica está acima de tudo quando o assunto é branding; hackeando a tecnologia VR:
Jaguar Actual Reality
3. Inovação é sobre se manter relevante.
Foi com essa dureza e com essa velocidade, que David Shing – digital prophet da Oath – nos conduziu de maneira brilhante em seu pensamento de inovação, onde o design é rei, a tecnologia não precisa ser uma tela ou uma plataforma específica, e o pensamento de brand awareness ou advocacy deveria se pautar mais por WOM (bom e velho boca-a-boca). Praticamente esfregou em nossas caras que a de decisão de compras é emocional (por mais racional que seja todo seu processo); no fim do dia, estamos falando com pessoas entediadas, que não estão interessadas em propaganda, então o mínimo que se espera é que nossa interrupção comercial (que já é abrupta por si só) não seja chata e que desperte emoções positivas.
Porque no fim do dia, fazer propaganda deveria ser sobre despertar emoções (e a gente esquece disso no meio de tantos kpi’s, prazos malucos e senso de urgência), porque é a emoção que faz aparecer, vender, apaixonar). E, para terminar, vamos de volta para o David Droga e sua mais recente criação, que é uma obra de arte por si só. “Advertising is not going away. Shit advertising is going away”.
The Last da Vinci
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