Aprovar ideia sempre foi um desafio. Há questões de referência, de senioridade de quem esta no processo, culturais, e, infelizmente, de gostos pessoais, que muitas vezes matam ela no meio do caminho. De uns tempos para cá, outros quesitos corroboram para esta barreira da (in)viabilidade, como as que carregam um tom mais provocativo, ou que abordam temas mais sensíveis, como LGBT por exemplo. Há medo e é o jeito como agências e clientes encaram este sentimento que destaca os grandes profissionais deste nosso mercado.
Essa Coca é Fanta é um case arriscado, porém unânime, poderoso e inquestionável, que mostra que o simples não é fácil, mas é possível. Mais do que isso: atropelou a imagem pejorativa da expressão – o que a torna ainda mais maravilhosa. Não à toa, o trabalho já chegou com moral em Cannes, por ter conquistado o Blue Wave dias antes, e aqui levou 7 leões (3 ouros, 2 pratas e 2 bronzes.), num ano criterioso e difícil, com poucos deles sendo distribuídos.
E aí, para mim, há ainda mais um ponto fundamental a ser destacado: ousadia funciona. Vejam vocês que a ideia não foi feita em grande escala. Na verdade, foi uma ativação para os colaboradores da Coca, cujos compartilhamentos foram sendo multiplicados de forma progressiva até ganharem o mundo. Foram 1.068.984.850 impressões, de um trabalho com zero investimento em mídia.
Diz para mim, não é genial?
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