Um balanço do podcasting no Brasil

A Apple divulgou no dia 04/12 a sua tradicional lista de final de ano, ranqueando os diferentes conteúdos dispostos em sua plataforma iTunes como músicas, TV e Cinema, Livros e Podcasts. Essa última categoria, inclusive, foi ressaltada por “encantar com vários tópicos abrangentes”, com novos programas que trouxeram outras vozes e “clássicos que produziram episódios memoráveis”. Mas o que é esse canal midiático que vem ganhando tanto destaque no decorrer do ano?

Melhores Podcasts

Basicamente, o podcast é um programa de rádio veiculado na internet, tornando o modelo mais dinâmico pela praticidade (conteúdo sob demanda: você ouve quando e onde quiser) e também por sua diversificação. Existem podcasts nacionais de diversos assuntos: Cultura Geek, Política, Esportes, Cinema, Educação, Moda entre diversos outros temas.

Formatos
Existem diversos formatos distintos de podcasts: desde modelos como o de mesa redonda, ou Talking Heads (mais populares no Brasil), onde um grupo de pessoas debate sobre uma pauta no decorrer do programa, até formatos com enfoque mais jornalístico (normalmente, entrevistas). Outro formato relevante é o que possui enfoque narrativo, em forma de ‘storytelling’ (mais populares nos EUA), quando um narrador conta uma história de modo centrado e periodicamente grava sua continuação, como as antigas rádios novelas. Esse último formato, inclusive, ganhou ano passado uma série produzida pela Marvel de um de seus principais personagens (conforme destacada pelo UpdateOrDie!), intitulada de “Wolverine: The long night”.
E ela não é a única: Diversos podcasts nacionais vem ganhando força com programas patrocinados diretamente por empresas, a respeito de temas que tenham link com suas atividades. Para quem acompanhando alguns deles, não é difícil notar o aumento nesse tipo de conteúdo, especialmente no ano de 2018.

Os podcasts
A maior parte dos podcasts brasileiros são feitos de modo artesanal: ou seja, não se consolidam como profissionais e são feitos somente pelo entretenimento que a prática proporciona. Por esse mesmo motivo, a maioria não mantém atividades regulares após um ano, uma vez que seus criadores possuem trabalhos paralelos para sustentar seu projeto.
Em paralelo, existe um movimento recente de grandes meios de comunicação criando meios de contato por meio de podcasts próprios, como o The New York Times, nos EUA, ou o Jornal Nexo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja entre diversos outros no Brasil.
Existem diversos meios para acessar esse tipo de conteúdo (talvez desconhecidos para quem ainda não adentrou nesse universo) apontados pelo estudo Podpesquisa 2018: as plataformas TeiacastWecast ou Podcast & Radio Addict são alguns dos principais compilados de podcasts nacionais e internacionais.
Ainda em relação ao Teiacast, um levantamento feito por eles esse ano mostrou que existem 2.153 podcasts brasileiros cadastrados, sendo que atualmente 1.730 permanecem ativos.

Perfil do ouvinte no Brasil
Uma pesquisa intitulada ‘Podpesqusia 2018’ foi divulgada em julho pela Associação Brasileira de Podcasters (ABP) em parceria com a rádio CBN, mostrando os hábitos de consumo dos ouvintes, além de levantar seu perfil e identificar quais são os podcasts mais ouvidos, e por onde. A pesquisa recebeu mais de 22 mil respostas, sendo até então a maior sobre o contexto de podcasts no país.

Infográfico

O perfil dos podcasts no Brasil tem algumas características peculiares. Pela maior parte dos programas serem no formato de mesa redonda, existe um vínculo muito forte entre ouvintes e o podcast em si: Muitos possuem duração média de 1h, o que requer certa proximidade e carisma do interlocutor, além de envolvimento com a pauta. Essa cultura é relevante as marcas e empresas: que outro tipo de canal midiático consegue prender a atenção de seus espectadores por tanto tempo, sem um grande número de ‘quebras’? Essa característica ajuda a criar também um senso de comunidade entre os ouvintes, que dedicam um precioso tempo de seu dia a dia a fim de se manterem atualizados sobre seus podcasts favoritos. É muito comum grupos surgirem para que pautas discutidas sejam ainda mais aprofundadas, dando continuidade ao diálogo em si.
Apesar dos indicadores promissores, ainda temos um longo caminho a percorrer quando comparados aos EUA: segundo um infográfico divulgado pela WebpageFX esse ano, 1 em cada 4 estadunidenses ouvem algum podcast. Isso mostra o peso desse canal midiático e talvez seja um indicador de como o comportamento midiático do brasileiro de uma parcela da população possa ser influenciado de alguma forma daqui algum tempo, movimento que deve ser observado de perto por agências e marcas do mercado.

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