Soft Power Culture or Nothing

Você já percebeu o tanto que somos influenciados por uma determinada cultura? Geralmente andamos em comboios, seguindo determinadas regras, padrões ou comportamentos. Certas crenças nos fascinam, assim com outras, repudiamos ou simplesmente não compreendemos. Por que escutamos Lady Gaga e Bradley Cooper, mas não conhecemos Neeti Mohan (cantora pop indiana)? Por que o Netflix possui a categoria Séries Estrangeiras para catálogos fora da nossa cultura de consumo? Séries alemãs, espanholas entre outras nacionalidades estão lá, possuem dinâmicas, cortes e velocidades a que muitas vezes não estamos acostumados.

Quando um estrangeiro vem ao Brasil, fica fascinado com nosso sorriso fácil, caipirinhas, feijoada, carnaval, mulheres lindas, praias, futebol entre outros estereótipos que vendemos fácil para os gringos. Este é o nosso Soft Power.

Quem não curte uma capirinha?

Na esfera internacional, cada país tem seu valor econômico e seu poder de influência, mas no final dos anos 80, o professor de Harvard Joseph Nye denominou Hard Power para designar a forma como uma nação impõe sua influência por meios distintos da coerção, economia e do poderio militar. O Soft Power se desempenha mediante a cultura, a educação, aos meios de comunicação e demais entidades que contribuem para fortalecer a sociedade e divulgar ao exterior uma imagem favorável do país, independentemente do governo ou de sua política externa.

Hollywood é muito boa nisso!

Estudos indicam que em pouco mais de 15 anos a China ultrapassará os Estados Unidos, se tornando a maior economia do planeta. A China possui uma população 4 vezes maior do que a americana e uma mão de obra sem regras, muitas vezes sub-humanas e avança com passos largos nos campos da ciência e tecnologia, mas os Estados Unidos têm algo que a China está longe de ter: Os Vingadores, a Disney a Apple, o Facebook e até o Trump, em outras palavras, um Soft Power colossal, imensurável e muito longe de ser alcançado.

É por isso que a China poderá até ser a maior economia do mundo, mas está longe de se tornar um cultural influencer. Seu Soft Power está crescendo, mas estamos muito além de consumir Baidu, WeChat ou escutar Jay Chou.

Assim como as artes marciais e os animes japoneses, a Coreia do Sul está se fortalecendo com sua fábrica bilionária de K-pop, assim como ocorreu com o divertidíssimo Gangnam Style, tornando-se cada vez mais influente junto à sociedade ocidental, mas ainda de maneira pontual e graças ao Youtube.

Com as recentes notícias da gigantesca companhia chinesa Huawei e os escândalos que se seguem, mais uma vez foi colocada em pauta a discursão sobre a hegemonia entre as duas potências. Dias atrás, o FBI, a CIA e a NSA pediram que os americanos não consumissem produtos da gigantesca companhia chinesa Huawei (A Apple deles) por suspeitas de espionagem e falta de segurança cibernética. Seria só isso mesmo?

O Soft Power não pode ser considerado um substituto do Hard Power e sim um complemento do mesmo. Assim como apenas o Soft Power é escasso para garantir a segurança de uma nação, o uso específico do Hard Power não ajuda a atrair aliados ou a vender um “way of life”. Na influência mútua entre rivais, em nível mundial, as duas formas de poder ainda são necessárias.

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