Essa é para os bravos de espírito e sedentos de saber filosófico.
Achei essa timeline, cheia de linhas verdes e vermelhas, que depois acabei descobrindo que são ligações entre concordâncias e discordâncias entre filósofos e seus argumentos. Apesar do tamanho e da aparente complexidade, a timeline é um resumo, feito a partir de um livro chamado “A História da Filosofia”, de Bryan Magee.
Interessante imaginar esse ping-pong entre filósofos e como conduziam essa troca, bastante complexa, entre os argumentos. Os pontos em que estavam de acordo, as questões que eram refutadas e, principalmente, a metodologia dessa dança. Algo, que aliás, faz parte da formaçnao filosófica: o saber argumentar e contra-argumentar da maneira correta. Não somente do ponto de vista da educação mas também pensando na eficiência desse feedback.
Como seria uma dessas, usando as redes sociais?
O que me faz pensar: como seria uma timeline dessas, se usássemos nossas linhas do tempo nas redes sociais? Como seriam as linhas? Teríamos muitas? poucas? Seriam mais verdes ou mais vermelhas? E como seriam as trocas pensando em termos de (1) elegância e (2) da eficiência do desenvolvimento do argumento propriamente dito?
Acho que é uma inunimidade a consciência do baixo nível atual, apesar da facilidade que a tecnologia nos trouxe. Provavelmente podemos concluir que concordar ou discordar é muito mais do que vemos por aí, todos os dias. Mas se eu fosse separar uma diferença fundamental entre a era dos filósofos e a nossa era de redes, diria que ela reside no propósito. Parece que a intenção antigamente era desafiar, polir e até expandir o argumento. Filósofos balançavam os troncos das árvores para ver o que caia e o que continuava em pé, para que no final os argumentos ficassem mais claros e mais fortes. Enquanto que aqui, por 2019, nesse futuro distante, tá mais para um bate-boca-meia-boca, sem muito residual, sem muita reflexão, sem muita mudança de ideia e com muita militância, ou da famigerada vontade de parecer incrível, também conhecida como vaidade dos infernos. É a diferença entre uma proposta de conhecimento e aprendizado versus outra, de propaganda.
Acho também que o tempo que demorava para alguém enviar e receber seu pitaco, esfriava um pouco os ímpetos davam mais tempo de reflexão – acabavam sendo benéficos para que os contra-pontos fossem melhor elaborados. Hoje a gente lê qualquer coisa e já sai clicando pra comentar.
Bom momento para compartilhar, mais uma vez, nossa pirâmide da discordiancia, que procuramos usar antes de embarcar em alguma discussão. É a pirâmide da hierarquia da discordância, de Paul Grahan. Guarde também, vale ouro.
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Vamos ensinar nossos filhos a argumentar e contra-argumentar.