Política, músicas tristes e demais descobertas que o relatório do Spotify apontou sobre millennials e a geração Z

Nesta semana, o Spotify divulgou um relatório produzido em parceria com a Culture Co-Op – agência norte-americana especializada em documentar tendências culturais – que aponta opiniões e gostos de jovens do mundo todo sobre questões relacionadas à tecnologia, política e hábitos de consumo.

Mas… na verdade, não é só com os jovens que a pesquisa conversou. Esta primeira edição do Relatório Anual de Tendências da Cultura entrevistou 4 mil pessoas, com idades entre 15 a 37 anos, de diversos países, tais como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Filipinas, Austrália, México, França e também o Brasil. 

Divulgado em formato de infográfico (abaixo), o estudo identificou, essencialmente, cinco tendências. A primeira delas fala sobre micro comunidades no cenário mundial. De acordo com a pesquisa, 40% dos entrevistados se identificam mais como cidadãos globais do que como cidadãos de seus próprios países – o que reflete diretamente no gosto pessoal dessa galera, especialmente dos mais novos. A parcela entre 18 e 24 anos ouve mais artistas internacionais do que qualquer outra faixa etária no Spotify. O que explica, por exemplo, o boom do K-Pop (fui ao show do BTS com minhas afilhadas aqui em SP e até hoje não entendi direito o que aconteceu ali rs), que cresceu mais de 1000% desde 2014 e é hoje um dos dez gêneros mais difundidos pelo mundo. É como se a música fosse uma das grandes responsáveis por essa conexão entre pessoas de culturas e países diferentes. 

Outra tendência: a cultura pop se politizou. Isto é, a geração Z e os millennials têm se interessado cada vez mais por política, e grande parte da “culpa” disso é do próprio Spotify, uma vez que a plataforma oferece uma série de podcasts e já faz, inclusive, divisões temáticas – só na aba “notícias e política” são mais de 30 opções sugeridas. No fim das contas, o Spotify tem tornado temáticas como essa mais acessíveis a uma geração que provavelmente não se identifica com os meios de comunicação mais tradicionais – o que faz, a longo prazo, com que os jovens se interessem não só pelas notícias do meio, mas também por atuar de forma ativa no cenário.

Sabe aquelas playlists do Spotify que levam nomes bonitinhos, como “aconchego”, “desplugado”, “para acalmar”, mas que no fundo todo mundo sabe que servem essencialmente para aqueles dias de bad vibes? Elas são bastante valorizadas pelas gerações analisadas pela pesquisa. O hábito de ouvi-las cresceu 45,1% no último ano. E 50% dos jovens afirmam que suas gerações encontram apoio quando compartilham sentimentos profundos, inclusive de tristeza e solidão. Entre os hits preferidos para esses momentos, estão “I Fall Apart”, do Post Malone, “Marvins Room”, do Drake, e “Lovely”, da Billie Eilish.

Um insight da pesquisa – que nem pode ser considerado tanto como novidade – é que a música está sempre presente: 50% afirmam que ela não é só um ruído de fundo e que tem um papel relevante em suas rotinas, enquanto 56% concordam que o áudio serve de fuga para o excesso de estímulo visual. Mas o hábito de ouvi-las em formato de playlists é mais comum entre os jovens. A parcela de 18 a 24 anos é a que mais ouve listas de reprodução, seguida pelo grupo até 17 anos e, depois, pela faixa entre 25 e 29. 

O último tópico conclui que a vida digital influencia a experiência no mundo real. Para 25%, a cultura não é influenciada por um grupo definido – como celebridades, influenciadores digitais, marcas ou políticos – e sim por todos ao mesmo tempo. Ainda bem! A maioria assume ainda que é bastante impactado pela tecnologia, sim – uma das entrevistadas declarou que a tecnologia “faz metade do trabalho” e declarou: “quando procuro por certo tipo de conteúdo, recebo recomendações que com frequência acabo experimentando”. O que é bastante positivo para artistas novos. Entre os mais descobertos por ouvintes na faixa de 18 a 24 anos estão Billie Holiday, Selena, Cuco, Grateful Dead e Tyla Yaweh.

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