Santa tecnologia: Vaticano lança rosário eletrônico

Ajoelhou, tem que rezar. Semanas após abrir as portas aos líderes do Vale do Silício para discutir a ética na tecnologia, o Vaticano mostra que também está conectado com as necessidades digitais de seus fiéis hi-techs e, com a benção do Papa Francisco, anunciou o “Click to Pray eRosary” – “Clique para Rezar eRosario”, em tradução literal.

A iniciativa acontece justamente no mês que marca homenagem ao Rosário, espécie de corrente em conta que marca a repetição seriada de orações. 

O aparelho católico é uma pulseira com uma cruz e contas, que se conecta com um aplicativo baixado gratuitamente em celulares Android e iOS. Para ativar o gadget, o usuário precisa apenas fazer o sinal da cruz com a mão que carrega o Rosário eletrônico.

Uma vez acionado, o dispositivo oferece três opções diferentes de reza. Uma é a convencional, outra é um Rosário contemplativo e a última se trata de um Rosário temático, que será atualizado anualmente pelo Vaticano.

Além de acompanhar o progresso das orações dos fiéis e controlar os Rosários cumpridos, o aparelho ainda analisa alguns dados relativos à saúde, como acontece em outros wearables, tais quais contagem de passos e medição de batimento cardíaco. Resistente à água, o aparelho é vendido online por US$ 110 através do marketplace da Acer italiana, empresa de tecnologia responsável pelo design e concepção do gadget. Não há informações sobre a divisão da receita entre Vaticano e Acer. No Taiwan, a mesma empresa de tecnologia já havia lançado um dispositivo semelhante, de conta de reza budista. 

Em um comunicado oficial, o Vaticano afirmou que trata-se de “uma ferramenta para ensinar a rezar o Rosário para a paz mundial”, e que o projeto é parte da Rede Mundial de Orações do Papa, estabelecido pelo líder católico, o argentino Jorge Mario Bergoglio.

Conhecido por sua postura franciscana – a começar pela escolha de seu nome papal, Bergoglio, ou Papa Francisco, revolucionou a Igreja Católica com seus discursos e ideias liberais, e continua a fazê-lo no ambiente digital. Não à toa, Francisco é o primeiro papa a ter uma conta oficial no Instagram 

Acompanhando os “mandamentos” digitais de seu novo líder, o Vaticano também passou a usar o aplicativo de mensagens Telegram para se comunicar e ajudar os fiéis durante a Quaresma, período que antecede a Páscoa. 

Colocando dinheiro em causas que defendem a vida e a dignidade humana, a instituição financeira católica divulgou queda nos lucros em seu último relatório. No ano de 2018, a instituição divulgou US$ 19,8 milhões de lucro, muito aquém dos US$ 36 milhões lucrados em 2017.

Com US$ 5,6 bilhões em ativos, incluindo depósitos e investimentos de 15 mil clientes, o Banco do Vaticano alega que a turbulência do mercado e os baixos juros praticados pela instituição contribuíram para o desempenho moderado de 2018.

Segundo a Agência Fides, também do Vaticano, há cerca de 1,3 bilhão de católicos no mundo, dos quais 40% vivem na América Latina. Esse público fiel, diante de novidades como o eRosario, pode engordar um pouco mais as contas católicas e aumentar sua presença digital. Amém.

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