Mesmo para aqueles que não são lá grandes fãs da Fórmula 1, mas ao menos entusiastas da criatividade e do design, o início do ano traz um valioso repertório com a apresentação dos novos carros da temporada. Afinal, o briefing é desafiador: manter a essência das marcas/montadoras, adequar-se ao projeto aerodinâmico cravado pelos engenheiros e projetistas, chamar atenção positivamente no grid aos olhos mais criteriosos e ainda garantir a mínima harmonia com o sem número de patrocinadores estampados na carenagem.
Como no ano passado, 10 equipes vão às pistas em 2020 na principal categoria do automobilismo, com dois carros cada, diferenciados apenas pelo número no bico de cada um deles e, claro, pelos pilotos – com capacetes que dariam um post a parte, falando de arte e design. A temporada começa com o GP da Austrália, dia 15 de março, e se você gosta minimamente disso tudo aqui, uma dica fundamental: “Drive to Survive”, série original Netflix que terá a segunda temporada estreando em 28 de fevereiro.
Abaixo, um despretensioso resumo sobre as equipes e o que interessa: IBAGENS! :)
Mercedes W11:
Pilotos: Valtteri Bottas (Finlândia) e Lewis Hamilton (Inglaterra)
A Mercedes é o monstro a ser batido nas últimas temporadas. Mais precisamente Lewis Hamilton, que chegou em 2019 ao sexto título mundial e certamente vai brigar pelo deste ano – e, se conseguir, iguala-se a ninguém menos que Michael Schummacher, maior vencedor da categoria. Bottas, que vem auxiliando na conquista do mundial de construtores ano a ano, deve fazer novamente um campeonato consistente, mas sem brilho como outros pretendentes ao título. No design, mantém-se como “Flecha prateada”, como adotado desde o retorno à F1, em 2010.
Ferrari SF1000:
Pilotos Charles Leclerc (Mônaco) e Sebastian Vettel (Alemanha)
A Ferrari vem decepcionando nos últimos anos, especialmente no desempenho do multicampeão Vettel, mas teve um crescimento impressionante no fim do campeonato passado. Especialmente pelo novo talento Lecrerc, que muita gente compara (até em feições) com Senna. Vamos ter calma, mas é inegável o potencial de título, num futuro breve, do menino monegasco. Quem sabe já em 2020? No carro, poucas mudanças – afinal, quem vai pintar de amarelo o bólido mais tradicional da categoria? :)
Red Bull RB16:
Pilotos: Max Verstappen (Holanda) e Alex Albon (Tailândia)
A Red Bull nunca está para brincadeira. Transformou o então jovem talento Vettel em tetracampeão entre 2010 e 2013 e está cada vez mais próxima de voltar à disputa. Max Verstappen (filho do qualquer nota Jos Verstappen, dos anos 90) é talvez o piloto mais interessante de se ver nas pistas atualmente, juntando talento e uma dose fundamental de imprudência. Não seria surpresa. E dirige um dos carros mais bacanas da temporada.
McLaren MCL35:
Pilotos: Carlos Sainz (Espanha) e Lando Norris (Inglaterra)
A McLaren tem um lugar especial para os brasileiros que acompanham a F1, mas há um bom tempo tem passado vergonha diante do histórico vencedor. No último ano melhorou bastante e hoje tem uma interessante dupla de pilotos: o espanhol Sainz, talentoso e filho de um grande campeão de rali; e o jovem Norris, figuraça (vale seguir @landonorris no Instagram) e com um enorme potencial. Na pintura, mantém-se o laranja com tons de azul, que eu sinceramente acho bem sem graça. Uma pena não voltarem ao branco e vermelho…
Renault RS20:
Pilotos: Daniel Riccardo (Austrália) e Steban Ocon (França)
A Renault vive altos e baixos na Fórmula 1 nos últimos tempos. Figura entre a primeira fora do pelotão de elite Mercedes/Ferrari/Red Bull em uma temporada e, na outra, fica batendo roda com as menores lá atrás. Riccardo é um excelente piloto e Ocon, retornando à categoria, também manda bem. É uma incógnita na disputa, mas o carro preto com detalhes amarelos me agrada bastante!
Alpha Tauri AT01:
Pilotos: Daniil Kvyat (Rússia) e Pierre Gasly (França)
Em 2006, a Red Bull comprou a italiana e tradicional Minardi e montou a Toro Rosso, equipe secundária da gigante austríaca na F1. Este ano, ela ganha um novo e estratégico nome: Alpha Tauri, marca de vestuário da fabricante de energéticos. Assim, além de testar pilotos para sua escuderia principal, aproveita e reforça o branding de um outro negócio da holding. Apesar de secundária, não costuma fazer feio na pista e “lançou” Vettel e Verstappen recentemente. Ano passado, fechou o campeonato no pódio com o segundo lugar de Gasly – assim como Kvyat “bom piloto, mas nada demais”. Pode aparecer de surpresa lá em cima, mas em matéria de carro, pela novidade ou não, mas ganhou minha preferência!
Racing Point RP20:
Pilotos: Sergio Perez (México) e Lance Stroll (Canadá)
A Racing Point, herdeira da Force India, é brincadeira de bilionário. Investidor, Lawrence Stroll comprou a escuderia para seu filho Lance ter onde brincar de pilotar. Perez é um piloto mais preparado, e ajuda com resultados razoáveis para uma equipe inferior às demais. Para ajudar, este é o último ano da RP: papai Stroll simplesmente comprou 17% da Aston Martin, que passa a batizar a escuderia a partir de 2021. E já sabemos que um cockpit tem dono. O carro não tem muita graça, mas isso deve melhorar com os projetistas da Aston Martin dando seus pitacos ano que vem.
Alfa Romeo C39:
Pilotos: Kimi Raikkonen (Finlândia) e Antonio Giovinazzi (Itália)
Ao contrário das ruas, onde a Alfa Romeo tem grande charme e relevância entre os fãs de automóveis, nas pistas da F1 ela briga por pontos de vez em quando. Traz ao volante o campeão Raikkonen, que deve se tornar em 2020 o mais longevo da F1 (passando Rubinho Barrichello) e o italiano Giovinazzi, que como piloto é… simpático. Foi a maior reformulação do grid na parte estética, de um branco e vermelho básico ao que estão chamando de “pele de cobra”. Gostei.
Haas VF20:
Pilotos: Kevin Magnussen (Dinamarca) e Romain Grosjean (França)
A Haas é a presença americana na F1. Fez uma excelente temporada em 2018, mas não aparenta ter potencial para muito além de alguns pontos. Os pilotos também não ajudam: dois ex-jovens promissores que atualmente são os que mais fazem trapalhadas na pista. Se tem acidente, muito provável que um deles esteja envolvido. Como design, o carro também não enche os olhos na parte estética, mas não dos piores.
Williams FW43:
Pilotos: George Russel (Inglaterra) e Nicholas Latifi (Canadá)
A Williams não é, infelizmente, nem a sombra do que já foi no passado. Nas últimas temporadas, os pilotos disputam um contra o outro para quem ficará na última colocação. Para 2020, vai ao grid com dois jovens e que parecem ter talento, mas vão precisar de muita rodagem para aparecer na parte de cima. Latifi, por exemplo, estreia agora na categoria. Gostava muito mais dos desenhos clássicos também, mas vamos com o que tem:
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