O episódio inaugural, lançado no início desta semana, traz uma entrevista com o co-fundador do Public Enemy, Chuck D, e começo este artigo com alguns pontos do podcast:
“I’ve always been busy with this ‘make the most out of your time’ and ‘never let a second go without creating.'” (5:10)
“Sempre estive ocupado com isso ‘tirar o máximo proveito do seu tempo’ e ‘nunca perder um segundo sem criar’.” (5:10)
“We’ve seen music go from something that’s audible, what you hear, to something that you experience in sight, sound, story, and style.” (10:00)
“Nós vimos a música ir de algo que é puro áudio, o que você ouve, para algo que você experimenta em visão, som, história e estilo.” (10:00)
“There was no way somebody had my story, to come in doing what I wanted to do, because I realized that the importance of hip hop was more than popularity.” (20:00)
“Não havia como alguém com uma história como a minha, para fazer o que eu queria, porque percebi que a importância do hip hop era mais do que popularidade.” (20:00)
“We kind of need to be taught how to be net-literate. We kind of need social media classes to know how to fight off the radiation that permeates out of these things.” (32:05)
“Precisamos ser ensinados – ser alfabetizados em Internet. Precisamos de aulas de social social para saber como combater a radiação que permeia esses lugares.” (32:05)
“I’m a firm believer that government and authorities should have a retirement age of 65.” (38:35)
“Acredito que o governo e as autoridades deveriam ter uma idade de aposentadoria de 65 anos.” (38:35)
A influência do Public Enemy
DJ Semtex é um apresentador incrivelmente entusiasmado e isso se torna evidente desde o início de sua introdução. Ele tem uma paixão intensa pelo hip hop e parece genuinamente animado para lançar seu podcast entrevistando Chuck D.
O próprio convidado quase não precisa de apresentação. Public Enemy é um dos grupos de hip-hop mais influentes de todos os tempos, com grandes contribuições tanto na experimentação musical quanto lírica. Seus álbuns “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back” e “Fear of a Black Planet” permanecem clássicos do gênero.
Dito isso, DJ Semtex realmente enfatiza o quão onipresente a influência de Public Enemy e Chuck D na cultura hip-hop. Ele até aponta uma série de filmes e programas de TV que apresentam canções ou personagens do Public Enemy vestindo suas camisetas, incluindo “American Gangster”, “Terminator 2” e “The Boys” da Amazon.
O que é fantástico em “Hip Hop Raised Me” é a oportunidade de ouvir uma lenda como Chuck D falar sobre nosso momento atual, na política e na música, através de suas próprias lentes. Muitos podcasts já existem para agradar os fãs de um programa de TV ou ou de uma fã base entusiasmada de uma banda, mas “Hip Hop Raised Me” parece o raro podcast de fã que pode ter acesso aos melhores artistas do gênero.
Chuck D também cita um pouco sobre o remix de 2020 de “Fight The Power”, promovido por Questlove. Ele diz que inicialmente resistiu, mas acabou colocando sua confiança no processo de Questlove, e valorizou o fato de tantos artistas considerarem a música de Public Enemy – de 1989 – uma declaração simbólica para o momento. O remix apresenta imagens dos protestos de justiça social do verão passado e letras atualizadas de Nas, Rhapsody, Black Thought, Jahi e YG.
O rapper, autor e produtor também fala sobre como as coisas mudaram de 1990 até agora, tanto política quanto culturalmente. Ele fala especificamente sobre as mudanças na indústria musical, já que “história, estilo e experiências devem ser adicionados à mistura”. Ele sugere que “todo mundo é um artista agora” com o advento dos gadgets e da mídia social.
Memory Lane
É esclarecedor ouvir alguém como Chuck D falar sobre nosso atual momento político do US, mas a verdadeira atração de “Hip Hop Raised Me” é a chance de ouvir histórias dos velhos tempos, como Rick Rubin teve que convencer Public Enemy a assinar com a Def Jam records, como o som dos álbuns clássicos se desenvolveu.
Os fãs do hip hop da velha guarda vão gostar de como DJ Semtex dá um passo para trás e deixa uma lenda tecer sua história como ele a vê. (Presumo que artistas mais novos também serão representados nos próximos episódios.) A desvantagem disso é que o convidado (Chuck D, pelo menos) pode pular de um assunto para outro por conta própria, quase como um fluxo de consciência de sua própria história. DJ Semtex não intervém ou orienta a direção com tanta frequência quanto Terry Gross ou Howard Stern. É uma escolha de estilo, e não necessariamente ruim, mas que os ouvintes podem perder o foco se esperarem uma conversa focada.
Para quem já fez entrevistas gravadas, de podcast e pessoais, acredito que parte disso pode ser devido às limitações de conduzir uma entrevista por meio do Zoom em vez de face a face. Isso me deixa esperançoso para a onda pós-pandêmica de podcasts de entrevista em que os convidados podem se juntar aos anfitriões pessoalmente novamente!
D sai um pouco pela tangente quando questionado sobre o futuro do hip hop e a pressão que os artistas modernos do hip-hop enfrentam, mas ele traz de volta a necessidade de ter algum tipo de verdade verificável, de acreditar em algo. Ele diz que baseou “Don’t Believe The Hype”, uma música que vai contra a imprensa negativa e inflamatória, no trabalho de Noam Chomsky. Mas, ele adverte contra descartar tudo de imediato, uma advertência sobre o nosso mundo atual. Esse tipo de niilismo sobre a verdade, ele acredita, é o que leva ao fascismo.
“Você precisa acreditar em algo”, diz Chuck D. “Uma vez que você diga ‘Eu não acredito em nada’, então você pegará o que grudar em você bem rápido se for do seu interesse, o que pode ser a coisa mais distante da verdade.”
Recomendo a leitura do livro de 2016, e agora essa nova série fantástica para os amantes do hip hop e da história musical global.
Confira o episódio no Spotify, Apple Podcasts ou em sua plataforma preferida. O show é produzido por Nikita Chauhan em associação com a 4th Floor Creative, uma divisão da Sony Music U.K.
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