Relevância cultural: sua marca muito além dos memes

Pesquisa mostra uma correlação entre relevância cultural e faturamento das empresas. Mas afinal, o que é uma marca culturalmente relevante?

O Twitter encomendou uma pesquisa feita pela Kantar para descobrir se existe alguma correlação entre relevância cultural das marcas e seu faturamento. Afinal, a pergunta que os empresários fazem sempre é: “quanto eu vou ganhar com isso?”.

Essa é uma pergunta honesta, afinal todo negócio precisa saber se a semente que ele jogou no solo vai frutificar ou não.

O que o Twitter descobriu foi: sim! Existe uma relação direta entre relevância cultural e faturamento das empresas. Mas, o que isso significa? Ou então: o que a sua marca pode aprender com isso?

Mas pra responder isso acho justo começar primeiro com: o que é relevância cultural?

O que é relevância cultural?

Já abro de cara falando o seguinte. Relevância cultural vai muuuuuito além dos memes.

A tendência natural das marcas é querer “ficar na moda” e acabar levantando um monte de bandeiras que não tem nada a ver com suas propostas de valor ou, pior, não fazem a menor reflexão sobre aquela bandeira que estão levantando. Acontece quando a marca posta hashtag BlackLivesMatter mas não tem nenhuma ação ou reflexão concreta sobre racismo. Ou faz uma postagem arco-íris, mas a empresa não adota nenhum programa de RH que busca equipes mais diversas.

Eu falo que vai muito além dos memes, porque parece que as marcas (pessoais inclusive) viraram caçadoras de tendências apenas para se manterem tagarelando sobre o que as pessoas tagarelam. Querem se incluir na conversa, sem nem ao menos entender o verdedeiro assunto por trás da conversa.

Você sabia que MEME vem da palavra IMITAÇÃO?

A palavra vem do grego “mímēma” que significa mimetizar, imitar, replicar. É de onde também vem a palavra “mímico”.

As pessoas estão cada vez mais buscando marcas autênticas, e você aí só imitando todo mundo. 🧐

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Sair falando o que todo mundo tá falando não mostra que você é antenado, e sim um camaleão cultural que muda a cada cenário.

Branding, em sua essência, é o ato de influenciar a percepção. Em vez de medir o sucesso por meio de lentes econômicas, o impacto do branding pode ser considerado, antes de mais nada, como um impacto cultural. Quer você seja uma marca pessoal, ou uma empresa, a influência cultural é fundamental.

As marcas que mantêm essa influência verdadeira em suas comunidades são as que realmente possuem relevância cultural. E isso vai impactar direto na percepção de valor da sua marca, o que – consequentemente – aumenta seu potencial de faturamento.

É um ciclo de ganha-ganha. Marcas relevantes ganham mais, o que sustenta o negócio. Negócio que se sustenta consegue manter sua relevância. E o ciclo se repete.

Como sua marca pode ter relevância cultural?

Aqui eu volto para “cortar” a bola que levantei lá em cima.

Primeiro falando que relevância tem a ver com… relevo!

Parece uma óbvia colocação gramatical, mas como toda palavra da moda, essa é mais uma que as pessoas buscam sem tentar entender o que buscam.

Relevo tem a ver com altos e baixos. Tem a ver com profundidade. Não existe relevo geográfico sem que haja pontos altos e pontos baixos. Isso significa que sua marca precisa entender de cima a baixo a situação da qual está procurando levantar bandeira. Precisa entender com profundidade, compreender suas raízes e origens, e então elevar-se ao ponto mais alto para ver o horizonte, cravando ali sua bandeira.

Relevância também tem a ver com “retirar alguém de um problema”, “aliviar” e “elevar”. Ou seja, relevância não se constrói apenas com discursos, mas com ações. Não fale sobre inclusão, a não ser que sua marca seja inclusiva. Não fale de racismo a não ser que sua marca tenha propostas concretas de combate ao racismo em seu círculo de influência (dentro e fora da empresa).

Não saia tagarelando e surfando as ondas “virais”, isso só vai mostrar o quão irrelevante você, porque você apenas tagarela o que está todo mundo tagarelando.

Relevância e identidade.

Pode ter ficado subentendido, mas vou dizer mesmo assim:

Busque ser relevante naquelas bandeiras que sua marca tenha competência para levantar. Que tenham a ver com a proposta de sua marca. Que tenham identidade com aquilo que você é, e o que você entrega.

O assunto tem que ter a ver com seu DNA. Sua marca não precisa salvar o mundo de todas as mazelas. Ela pode ser relevante naquilo que ela entrega, e naquilo que ela de fato se engaja.

Do contrário é só mais uma marca papagaio: fala somente aquilo ouve falarem.

Além dos memes

Quando eu digo para ir além dos memes, é para sua marca conseguir se comunicar a ponto de não precisar deles. É estar tão à frente da imitação barata, que você passará a ser uma referência de verdade, e não apenas mais um que está falando o assunto da moda.

Não busque imitar, busque criar.

Só assim sua marca será terá relevo o suficiente para as pessoas encontrarem nela um ponto alto, uma visão de longe, um horizonto, uma nova perspectiva. Uma marca que possam contemplar e se inspirar.

Não ande pelos mesmos caminhos pisados. Abra a mata, e depois volte para contar o que você encontrou.

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