Cenas inesquecíveis do cinema: Glengarry Glen Ross (1992)

Essa é uma cena de Glengarry Glen Ross que rendeu a Alec Baldwin uma indicação ao Oscar e é a única em que ele aparece no filme.

Alerta de Spoiler: óbvio né? É uma CENA do filme. Mas se eu fosse você, assistia. E depois, o filme inteiro.

Essa é uma cena de Glengarry Glen Ross que rendeu a Alec Baldwin uma indicação ao Oscar e é a única em que ele aparece no filme.

Geralmente publico só a cena, mas essa precisa de um pouquinho de contexto.

É uma comida de rabo generalizada em uma equipe de vendas (“close the sale”) e traz à tona a questão da diferença entre a abordagem motivacional e a brutalmente honesta.

A diferença entre a cenoura na frente ou atrás.

Encontrei essa cena em um post que faz uma análise comportamental da sociedade que é bastante interessante. Leia ,também vale a pena.

Uncomfortable truths

A REAÇÃO

O fato é que muita gente não gosta ou mesmo não suporta esse tipo de atitude porque é dura demais e não leva as “pessoas em consideração”. E é justamente (e paradoxalmente) a beleza do ato, absolutamente transparente, mas honesto demais para nossos valores e padrões latinos.

“Você não tem que gostar. Eu não gosto quando chove no meu aniversário, mas a chuva cai mesmo assim. As nuvens se formam e chove. As pessoas tem necessidades e atribuem valor a quem as satisfazem. São mecanismos básicos do universo, que não sofrem influencia dos seus desejos”

Em outras palavras, a regra é essa e é assim que funciona esse jogo, você querendo ou não.

“Mas isso não é uma maldade ou materialista demais? E o amor e a bondade? Essaas coisas não são importantes? Claro que sim! Mas desde que elas resultem em ação voltada para pessoas que não conseguem essas coisas de outra forma, em nenhum outro lugar.”

Enfim, é uma abordagem dura demais, principalmente para um povo passional como nós.

Mas não deveria ser, porque é mais honesta.

A nossa geração AINDA tem uma relação paternal com seus empregadores que não existe mais (nem pode existir) e que é ruim para empresas e funcionários.

NÃO ESPERE GRATIDÃO

Esperar gratidão baseado em valores pessoais e esforço são reações comuns, mas fantasiosas.

Seu empregador não é seu pai (seu empregado não é seu filho), seu salário não é algo que você “recebe”, como se fosse mesada. Seu salário é o dinheiro que você FAZ e que é uma parte do dinheiro maior que o seu empregador FAZ para ele. Não é uma gratidão. Você FEZ.

Somos sim valorizados pelo que temos para oferecer para a sociedade, e isso é assim e pronto. Realmente, se pensarmos no assunto, o universo todo funciona dessa maneira, a natureza funciona dessa maneira, os coletivos funcionam dessa maneira. E isso não precisa ser encarada como pragmatismo exagerado porque no final das contas é o único e verdadeiro espelho. Você é o que você oferece. E isso pode ser entretenimento, cultura, conhecimento, solidariedade, todas essas coisas muito nobres. Mas, mesmo elas, precisam ser transformadas em habilidades reais, em ações e atitudes reais e entregues aos outros da maneira mais eficiente possível. E não usá-las como motivos de reconhecimento. E nem precisam ser remuneradas apenas em dinheiro. Satisfação, tempo, aprendizado são grandes moedas.

NÃO ESPERE RECONHECIMENTO

Funcione independentemente de reconhecimento.

Invista em desenvolvimento, em evolução pessoal. Faça diferença sem precisar de reconhecimento.

Reconhecimento implica em sabedoria e justiça daquele que reconhece, uma condição rara demais para você usar como parâmetro e/ou mapa para sua felicidade.

Prefira a brutal honestidade do que a açucarada mentira. A primeira, apesar de não parecer, é mais bondosa com você.

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