CODA: o feel good movie que todos precisamos

Filme segue a trilha de sucessos universais como “Intocáveis” e “Pequena Miss Sunshine”

Existem filmes – bem poucos, é bem verdade – que têm o condão de furar a bolha da cinefilia e se tornar libelos culturais que marcam uma era. Ou, para adaptar aos nossos tempos de dancinhas frenéticas, uma temporada. Normalmente eles tratam de temas universais, comuns a todo cidadão que se situa entre o chão que treme e o céu que não para de encurtar a distância para nossas cabeças. Neste panteão, se encontram produções que lembramos quase como um xodó particular, enquanto a caixinha de música faz seu trabalho: o francês “Intocáveis”, o inglês “Questão de Tempo”, o italiano “A Grande Beleza”, o americano “Pequena Miss Sunshine”.  

Além das temáticas acessíveis, esses filmes são capazes de realizar algo que poucos terapeutas e coaches de mindfulness conseguem: fazer com que nos sintamos leves, felizes, presenteados por estarmos, como lembra o Kung Fu Panda, presentes no aqui e no agora. E é justamente este o caso de “CODA”, filme-sensação do último festival de Sundance, uma espécie de feira de filmes indie que recentemente passaram a ser adquiridos também pelas plataformas de streaming. A vencedora do leilão aqui foi a Apple TV+, que adquiriu o filme por US$ 25 milhões, quantia recorde ofertada na história do festival.

“CODA”, que em inglês significa Child of Deaf Parents (filhos/as de pais surdos), foi traduzido por aqui como “No ritmo do coração”. Piegas bagarai, tô ligado. Mas nem a tradução Herbert Richiana tira do filme a sua capacidade de entreter, incluir e fazer rir e chorar na mesma proporção. Em cartaz nos cinemas desde 23 de setembro e já anunciado no streaming da maçã, o filme acompanha a vida da jovem Ruby – interpretada pela fantástica Emilia Jones, que interpreta, canta e faz a linguagem de sinais direitinho – justamente a única pessoa que não é surda em sua família. Ao mesmo tempo em que enfrenta os dilemas da adolescência e a responsabilidade de ser a intérprete da casa, ela descobre um talento musical, e se vê dividida entre seguir sua paixão pela música e o medo de abandonar os pais.

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E isso é tudo que você precisa saber, acredite. Todo o restante, o filme que conta com 94% de aprovação do público e 96% da crítica no Rotten Tomatoes fará por você. Incluindo uma cena entre pai e filha tão bem construída, honesta e sincera que arrancou as lágrimas mais nostálgicas e uterinas de mim e de minha namorada. Tome todos os cuidados, e assim que puder vá ao cinema ser presenteado por “CODA”. De preferência, na companhia de alguém que também precise espairecer e enxergar o tão surrado e eclipsado lado bom da vida.  

*textinho dedicado à Bete, Ciro, Felipe e Babi, a família que a vida me deu de presente e ajuda a ressignificar os meus dias. ♡

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