Marcas como mundos digitais

Em 2022 o branding se conecta com o universo digital e o prometido metaverso.

Na medida em que a tecnologia evolui, a série de ficção distópica Black Mirror vai ficando cada vez mais parecida com a realidade. Por isso, quando se diz que “as empresas precisam se digitalizar” não estamos mais falando somente sobre ter um e-commerce – isso é mínimo. Ser digital é muito mais do que digitalizar o momento da venda – e sim digitalizar o produto, a experiência e o relacionamento com os consumidores de forma cada vez mais imersiva. Por isso, uma das tendências que estamos vislumbrando para 2022 é o fortalecimento da ideia de que construção de marca será a construção de um mundo digital da marca, no qual os consumidores podem interagir, comprar e experimentar a marca de formas completamente novas.

Estes “mundos digitais patrocinados” são diretamente impulsionados pela cultura dos games, que está cada vez mais onipresente. Hoje, já existem 3 bilhões de jogadores no mundo — quase metade da população mundial. E alguns movimentos nos sinalizam um crescimento ainda maior como, por exemplo, a entrada de grandes players do entretenimento neste mercado, como a Netflix e a Amazon. Em 2021, o Twitch (serviço de streaming para games) bateu recordes de audiência e a Discord (rede social preferida pelos jogadores) além de receber aportes de investimento atingiu 15 bilhões de dólares em valor de mercado.

Neste último ano nós já pudemos ver uma amostra do que vem por aí: diversas empresas, especialmente no segmento da moda, começaram a criar seus próprios meta-espaços incorporando a essência e valores de suas marcas. A Nike lançou a Nikeland, um espaço dentro do Roblox, onde os jogadores podem se conectar, criar e competir. A Balenciaga que apresentou a sua coleção de inverno 2021 com um game criado em parceria com a Unreal Engine, da Epic Games. E a Louis Vuitton que criou seu próprio jogo para comemorar os 200 anos de marca. 

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Tudo isso nos mostra que os elementos proprietários de uma marca (sua marca, fonte, cores e etc) agora devem subir de nível para somar com elementos de movimento, gráficos, sons e 3D, formando mundos totalmente digitais.

Por isso, o conjunto de elementos que compõem a estratégia de uma marca ganhará contornos cada vez mais tangíveis no universo digital para que as empresas envolvam seus consumidores em experiências imersivas. Este tipo de estratégia, além de requerer um pesado investimento em design e tecnologia, requer uma clareza absoluta da proposta de valor, identidade e dos ativos da marca. E, mais uma vez, quem não tem clareza de sua estratégia de marca não terá agilidade para participar desta tendência.

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Este artigo faz parte de uma série de conteúdos aprofundados com as tendências que a Cordão está projetando para 2022. Para acompanhar de perto, basta assinar a newsletter.

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