Por que os introvertidos se dão bem trabalhando em casa?

As melhores ideias transformam “atraso” em um novo tipo de timing

Estivemos sempre em busca daquele grande vendedor, capaz de controlar uma sala inteira, com energia, carisma e confiança de dar inveja, blá, blá, blá.

A pandemia mudou isso.

De repente, os melhores funcionários da empresa eram os calados que simplesmente ligavam para um cliente e o ouviam, prestando atenção aos detalhes, indo até além da relação comercial, criando conexões mais humanizadas, apenas por perguntar se ele ou ela estavam bem e se precisavam de algo que não fosse um simples contrato assinado.

Quase sempre os extrovertidos são celebrados, orientados para a ação e entusiasmados; por outro lado os introvertidos muitas vezes trazem um pensamento mais analítico e valorizam a empatia.

De acordo com Richard Etienne, durante a pandemia, essas habilidades imediatamente se tornaram incrivelmente procuradas: “os introvertidos são confiáveis; pessoas que pegam um projeto de cada vez e o fazem minuciosamente, eles são bons em pensamentos profundos e em formar conexões pessoais”, afirma Etienne.

Isso foi muito importante durante o período em que as empresas tentavam manter os clientes, e não parece haver mudanças nesse cenário pairando no horizonte.

Escritórios formais podem ser espaços opressivos, onde muita gente acaba tendo a atenção, a criatividade e, consequentemente, sua produtividade comprometidas.

Existe todo tipo de distração em um espaço compartilhado, e nem preciso descrever quais são aqui, pra não distrair você dessa leitura.

Os introvertidos apreciam um tempo de qualidade para avaliar seus pensamentos. São pessoas que têm muito a oferecer, mas que precisam da oportunidade certa para gerar suas ideias e apresentá-las da forma que acreditam ser a mais adequada.

As melhores ideias transformam “atraso” em um novo tipo de timing.

Ter pressa pode até ser importante, mas entender como o tempo funciona de forma diversa na mente das pessoas que trabalham com a gente é vital para colher os melhores frutos.

O tempo de confinamento, trabalhando em casa, permitiu que muitos tímidos pudesses lidar melhor com suas agendas. O seu jeito detalhista talvez tenha ajudado a melhorar a organização de suas tarefas, sem ninguém para interromper a cada 5 minutos, com alguma piadinha sem graça. Durante as reuniões, na frente de uma tela, com cada um falando no seu tempo, muitos se sentem à vontade para dar opiniões, já que o senso de multidão se desfaz no ambiente virtual.

Os tímidos estão se destacando em meio a pandemia, trabalhando em casa, talvez porque tenham experimentado um formato no qual têm mais tempo para analisar o que vão dizer e fazer, e isso seria saudável para qualquer pessoa, principalmente para os extrovertidos.

A pandemia nos ajudou a perceber o trabalho através de novas perspectivas. Negativas e positivas, é claro.

Acredito que para o trabalho realmente funcionar não é preciso todo mundo ficar em casa, mas que as equipes comecem a criar formas de gerar ideias, dando oportunidades para todos contribuírem, do seu jeito e no seu próprio tempo.

Todos temos algo para oferecer, mas o tempo de maturação é diferente e os canais que usamos para nos expressar também.

O líder que equalizar isso de forma equilibrada terá sucesso sustentável. Eis aí o desafio, eis aí a oportunidade de cultivar pessoas, misturando possibilidades, sem perder o que é mais fértil na natureza humana: a liberdade.

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