SXSW e o metaverso: se você não está confuso, é porque não entendeu nada

Definições desencontradas e genéricas rodam pelo festival

At SXSW Scott Galloway takes a special look at the

Os mais de 50 eventos no SXSW que contém no título a palavra “metaverso” deixam claro o impacto que a tecnologia ganhou nos últimos meses. Muito por conta da tão comentada mudança de nome da empresa do Facebook para “Meta”. As salas lotadas de olhos curiosos e confusos exemplificam as dúvidas que este novo universo tem provocado. 

O South by Southwest (SXSW) é um dos maiores eventos de inovação do mundo, que reúne grandes nomes da tecnologia e futurologia, além de uma diversidade enorme de outras áreas como música, cinema e bem-estar. Neste ano, o evento volta a sua forma presencial em Austin, Texas, com palestras sobre grandes temas como: inteligência artificial, descentralização, diversidade na produção de tecnologia e o tão comentado, ‘metaverso’.  

A grande questão é que existe pouquíssimo ou nenhum consenso sobre o que realmente é o ‘metaverso’. Definições desencontradas e genéricas rodam pelo festival, mostrando que todo este universo ainda é uma tela em branco. Amy Webb, futurista e grande estrela do terceiro dia de festival deu sua definição: “O metaverso é um tema guarda chuva para tecnologias que fazem uma ponte entre o mundo digital e virtual”. 

A verdade é que, para que qualquer nova tecnologia seja adotada pela população, é necessário que essa supra uma necessidade de forma conveniente. E pelo que vemos hoje,  o “metaverso” – bonecos pixelados em um mundo aberto estilo videogame, onde é necessário um processador potente para acessar e óculos de realidade virtual –  é, por hora, uma das formas menos convenientes de interação. 

Ao que tudo indica esta “nova” realidade vai se parecer muito mais com tecnologias que já conhecemos do que as futuristas que temos hoje em mente. Segundo Scott Galloway, um dos futurologistas mais ácidos e provocativos do festival, já estamos vivendo no metaverso. Um dos grandes exemplos é o fone de ouvido sem fio da Apple (Airpods), que permite estar presente fisicamente em um lugar, porém se conectar a uma realidade virtual totalmente distinta sem fricção alguma, através do som. 

Após diversas críticas às decisões tomadas pelo Facebook, Mark Zuckerberg decidiu dar as caras no festival e apenas no quinta dia fez uma participação online no evento. A conversa com Daymond John, empresário e investidor no Shark Tank USA, trouxe pontos importantes sobre as vantagens do metaverso para dar acesso, por exemplo, a pessoas que estão longe de grandes centros comerciais, mas que agora podem trabalhar digitalmente de onde estiverem. Em outras palavras, Mark defendeu que o metaverso será o futuro das relações humanas, onde será possível aproximar pessoas dentro do mundo virtual de forma mais real e interativa.  

A aposta da futurologia nessa edição é de que nos próximos anos veremos cada vez mais interações tecnológicas na nossa vida, que nos ajudarão a acessar “outros” universos de forma mais orgânica e intuitiva. É esperado um uso cada vez maior de outros sentidos humanos além da visão para tornar a realidade virtual mais imersiva. Áudio e tato entram com grande força nesse primeiro momento. 

Mas, afinal, devemos então ignorar o formato atual de metaverso já que ele provavelmente não se concretizará? A resposta é NÃO! Assim, como qualquer nova tecnologia, a curva de adoção pode ser longa e tortuosa, onde o produto final será uma somatória de experiências e feedbacks dos próprios usuários. Assim, experimentar o ‘metaverso’ e ganhar familiaridade com as plataformas atuais é a melhor maneira de deixar sua marca no desenvolvimento e garantir que a tecnologia seja cada vez mais acessível e disponível em formatos mais ‘user friendly’. 

Para marcas inovadoras que estão à procura de como interagir neste ‘novo mundo’, a melhor forma é começar! É importante ter em mente que o terreno ainda é instável, mas é essencial que se comece por algum lugar e mostre que a marca está sim interessada e presente em tendências tecnológicas futuristas. O “metaverso como existe hoje” não é apenas uma ótima fonte de construção de imagem de marca, mas também uma porta de entrada a todas as tecnologias que estão por vir em termos de interação com o público.


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