Após três longos anos desde o lançamento de seu primeiro trailer, enfim “Top Gun Maverick” chega aos cinemas. Aplaudido de pé por cinco minutos no Festival de Cannes 2022, o filme desembarca envolto de expectativas, de críticas ao seu “excesso de testosterona” e da mais pura nostalgia dos anos 80 – aquela década que insiste em perseguir todos os 30+ e que dá uma vontade incontrolável de andar de pogobol, ouvir Dominó, mascar um Ploc e assistir filmes de tiro, porrada e bomba sem tela verde e bonequinhos voando.
A verdade nua, crua e sem spoilers, meus amigos, é que esse filme entrega TUDO. Tem torsos musculosos nus e suados, participações especialíssimas, manobras aéreas de tirar o fôlego e até uma trilha sonora oscarizável composta pelo trio de milhões Hans Zimmer, Lady Gaga e Lorne Balfe. Por falar em trilha, além de atuar como compositora, a cada vez mais completa Gaga interpreta a canção original em um clipe que é o mais puro suco dos anos 80.
E entrega, acima de tudo, essa força da natureza chamada Tom Cruise. Próximo de completar 60 anos, ele talvez seja o último remanescente da geração testosterona capaz de lotar milhares de salas de cinema apenas com seu nome e imagem no poster. Bruce Willis, Van Damme, John Travolta, Chuck Norris, Mel Gibson, Nicolas Cage, Steven Seagal e tantos outros tiveram seus anos de glória, mas parecem ter sido tragados pelo inexorável passar do tempo.
Mas o astro de “Top Gun”, “Missão Impossível”, “O Último Samurai”, “Jerry Maguire” e tantas outras jóias atemporais da 7ª arte parece ser imune a qualquer ameaça. Seu sorriso, charme, carisma, porte físico e disposição para superar seus limites – e cumprir as missões mais impossíveis, muitas vezes recusadas até por dublês profissionais – fazem dele um caso único na história do cinema. Quem mais seria capaz de retornar ao mesmo papel 36 anos depois como se tivesse despertado de seu sono de beleza em uma cápsula criogênica?
Recomendo que você deixe um possível ranço da bandeira norte-americana de lado, pause a correria e as obrigações do dia a dia por duas horinhas e assista a este filmaralhaço na maior tela de cinema possível, com o maior balde de pipoca imaginável, e o mais importante: ao lado de pessoas especiais. Não faltarão momentos para se emocionarem, se entreolharem e lembrarem que podem, ao menos por alguns minutos, voar alto sem pensar demais.
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