Coffee Break #1: comeback do Paolo Nutini, a hipocrisia ocidental em Synonymes e o livro Julgue Isto

Uma magnífica lista com dicas de filme, música e livro para aproveitar uma pausa de 15 minutos!

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Quem trabalha com marketing já se deparou com algum relatório de tendências de mercado com uma enxurrada de dados. Numa dessas leituras dos oráculos, me chamou atenção uma pesquisa que descreve o ano de 2022 como “o ano do conflito”. Enquanto no ano passado estivemos na sombra do cansaço e do burnout que fez muitos, inclusive eu, ligarem a webcam para reuniões ou terapia (afinal, tudo parecia a mesma coisa), este ano estamos sedentos para resolver o que nos angustia.

Passados seis meses e aqui estamos, discutindo guerras, inflação, assédios, retrocessos, terceira via, etc. Entre multiversos e metaversos caóticos, uma pausa para um café faz muito bem.

Para isso, que tal uma singela lista para quem curte o lado b do mainstream com variados, diversos e multifacetados conteúdos e que podem te fazer ver, ouvir, ler.. além do seu ponto de vista.

Uma música: “Acid Eyes” — Paolo Nutini

Acid Eyes está presente no recém lançado quarto álbum “Last Night in the Bittersweet” do escocês Paolo Nutini. Trazendo uma sonoridade psicodélica e com referências ao rock dos anos 70, o álbum ganhou manchetes tanto pelo comeback após 8 anos fazendo fãs sofrerem de ansiedade, assim como pelo álbum que traz música com créditos para Quentin Tarantino e a inusitada revelação ao The Sun do cantor não ter convidado Danielle Haim para um dueto por medo da vocalista do Haim rejeitar a oferta.

“I wrote [Acid Eyes] in my living room. I wanted to try and write a song that maybe Danielle from the Haim girls would sing with me. There’s the two vocals, the high and the low, which I figured was a duet. Everybody said why don’t I ask them to do it but I thought, ‘What if they say no?’ So I didn’t.”

A música é uma baladinha que cresce de forma emocional encorpada pelos acordes que vão surgindo e embalando a voz inconfundível do Paolo. A letra é baseada em uma desventura amorosa do músico em uma viagem no México. Vale o play da versão ao vivo nos bastidores do Festival Glastonbury deste ano.

“I never told you I loved you and I looked, Into your acid eyes” — Acid Eyes, Paolo Nutini.

Um filme: “Synonymes” — Nadav Lapid

A obra de 2019 foi vencedora do Urso de Ouro, tem a direção do israelense Nadav Lapid e apresenta uma história sobre um imigrante (ou seria refugiado?) que se muda para a “cidade luz”, Paris, para renascer com uma nova língua e oportunidades após sua fuga do front de Israel. Trazendo uma narrativa que faz referências ao cinema dos icônicos mestres François Truffaut, Jean-Luc Godard e Bernardo Bertolucci, a ideia do longa é traçar paralelos, contemplar hipocrisias ocidentais e incentivar empatia nos traumas do protagonista Yoav (Tom Mercier).

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Cena de Synonymes.

Munido de seu dicionário de francês-hebreu, Yoav conhece Carolina (Louise Chevillotte) e Emile (Quentin Dolmaire) e logo um triângulo afetuoso (ou de vaidades?) se estabelece. Todavia, Synonymes não é uma história de amor, mas sim de dores, traumas e angustias. Vale como reflexão para os tempos sombrios de guerras e refugiados. O acolhimento da maneira ocidental nem sempre é um sopro de esperança. Veja o trailer aqui.

Um livro: “Julgue Isto” — Chip Kidd

Você julga o livro pela capa?

Já se deparou com alguma placa ilegível (por falta de contraste ou a fonte era terrível) ou não sabia se a porta era para empurrar ou puxar? Então “Julgue Isto” é para você. O designer gráfico Chip Kidd dedicou sua carreira principalmente na confecção de capas de livro e assim deixou sua marca no mercado editorial norte-americano. Sua palestra para o TED “Designing livros não é brincadeira. Ok, é sim.” fez um enorme sucesso e inspirou esse livro sobre primeiras impressões.

“A Clareza é sincera, direta, racional, básica, honesta, perfeitamente legível. Sem firula.” — Kidd, Chip.

Trazendo um “misteriômetro” onde o autor avalia o nível de confusão ou clareza em cada exemplo, Kidd traz fotografias de diversas coisas e conteúdos do cotidiano e comenta se realmente eles são compreensíveis o quanto deveriam ser ou se o mistério está bem aplicado na proposta da situação. Entre os casos do livro estão desde o logo da Lacoste (e outras 80 variações comemorativas) até placas em estações de metro. Para quem é do mundo da criação ou simplesmente curioso, vale muito a pena.

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Página do livro “Julgue isto” de Chip Kidd, Editora Alaúde.

Até a próxima!

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