SXSW’15: a diferença está nas perguntas

amanda
sxsw-interactive-logoComo aconteceu nos 4 anos anteriores, todas as vezes que eu mergulho no SXSW eu me dou conta do tanto de coisas que estão acontecendo no mundo e que nós nem percebemos porque estamos envolvidos até as tampas com o que a gente faz todos os dias.

Este ano eu vim com a vontade de entrar em mundos que eu ainda não tinha navegado e, como eu já contei aqui, cheguei com uma vontade especial de olhar para onde a biologia encontra a tecnologia e o que o design faz no meio disso. Claro que já vim preparada com a minha melhor cara de interrogação porque eu não sou especialista em nada disso, então a chance de passar as sessões anotando termos para chegar no hotel e entender de verdade o que tinha sido dito durante o dia era gigante.

Mas eu estou em casa, afinal de contas o que me faz declaradamente apaixonada pelo SXSW é a possibilidade de alimentar a curiosidade (que já não é pouca) e estabelecer ligações que eu ainda não tinha experimentado fazer.

Eu já tinha ouvido (e concordo) que o que move o mundo são as perguntas e de uma maneira ou de outra foi isso o que eu mais ouvi hoje, das mais diversas fontes – de gente que está ligada ao MIT e à NASA. Paola Antonelli, do MoMA, aliás marcou bem a importância das perguntas no keynote de abertura do SXSW Interactive, quando definiu os designers mais importantes de hoje em dia como aqueles que conseguem formular as melhores perguntas e não como aqueles que apresentam as melhores soluções, como era antigamente.

O estímulo ao não-conformismo vem com uma fala muito parecida com a que a gente ouve dos artistas independentes: “não fique esperando: experimente e encontre uma forma de fazer custar pouco, assim você não precisa pedir permissão para ninguém”. Esse discurso vem junto com conceitos como os de “biohacking” e “garage biology” (um “faça você mesmo” científico).

Uma coisa que eu tenho percebido nas últimas edições (e nesta pelo jeito vai ser bem forte também) é uma vontade de “abrir a caixa preta” e fazer com que todo mundo consiga enxergar o que tem de arte e ciência no seu dia-a-dia. Uma vontade de trazer a tecnologia para mais perto, de acabar com a frieza e torná-la mais humana. Não por acaso, o meu primeiro dia de SXSW Interactive terminou com Cynthia Breazeal, falando sobre o lado pessoal dos robôs e apresentando Jibo, o seu mais novo projeto:

https://www.youtube.com/watch?v=3N1Q8oFpX1Y

Acho que é esse inconformismo, essa vontade de fazer diferente, essa mania de “dá aqui que eu faço” e o se permitir errar e recomeçar que aproxima o cientista do artista de verdade (e faz essa mistura de arte e tecnologia que é o SXSW fazer sentido). E é isso o que deixa completamente apaixonado quem está assistindo cada um deles falar sobre as suas descobertas. É exatamente assim que eu estou me sentindo agora. E que venha o segundo dia.

*A cobertura do Update or Die tem o oferecimento do Santander. Apoio cultural do Twitter Brasil e Apex-Brasil, parceria de conteúdo com a Revista Trip e a produtora Lucha Libre áudio.

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