Acabei de voltar do Paramount. Queria ver Kurt Cobain: Montage of Heck logo na primeira exibição por aqui, por uma série de razões – mas principalmente porque é lá nos anos 90, especialmente no grunge dos anos 90, que está o meu “espaço musical”. Nem sei se esse conceito existe, mas você vai me entender: sabe aquele lugar para onde você vai quando quer resgatar as suas raízes?
Pois então, no começo dos anos 90 eu entrei na faculdade. Enquanto eu estava interessada em começar a explorar o mundo de verdade, e esses caras – Pearl Jam, Nirvana e quem mais pertencesse àquela cena de camisas xadrez e guitarras sujas – estavam ocupados em criar a trilha sonora que iria mudar a vida de gente como eu para sempre.
Eu lembro claramente de receber, pela MTV, a notícia da morte de Kurt Cobain. Lembro também de como aquilo me deixou quieta em um canto por um tempo, e na sequência me levou a ouvir Nevermind em loop por semanas.
https://vimeo.com/22037336
Uma porção de coisas foram ditas naquela época. Uma série de versões diferentes, inclusive sobre como era Kurt Cobain de verdade, dentro e fora do Nirvana. Mas eu nunca tinha visto nada assim, com o cuidado, a profundidade, o respeito e a entrega que eu vi hoje em Kurt Cobain: Montage of Heck.
Foi bom demais dar um passeio nos anos 90. Foi incrível encontrar Kurt Cobain de novo – e assim, vida real. Segundo Brett Morgen, o diretor do documentário, a intenção era de dar um tom intimista – e a missão é cumprida com louvor: é como se você estivesse batendo um papo com quem conviveu com Kurt Cobain, direto da sala de estar.
Eu gostei muito de vários filmes que eu vi por aqui neste ano (ainda vou ver alguns outros até sexta) e sei que não dá para comparar estilos tão diferentes, mas eu arrisco dizer que Kurt Cobain: Montage of Heck é o melhor deles.
Enquanto a HBO não lança no Brasil, vale ver o trailer de novo:
https://www.youtube.com/watch?v=_IBWbpJdRMQ
*A cobertura do Update or Die tem o oferecimento do Santander. Apoio cultural do Twitter Brasil e Apex-Brasil, parceria de conteúdo com a Revista Trip e a produtora de áudio Luchalibre.
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