O mundo muda. E você?

Vamos falar sobre paternidade? Conversando com o Wagner Brenner, editor do Update or Die, pensamos em abrir uma série de reflexões sobre o tema. E no meu primeiro texto, quero falar sobre hierarquia. Sim, hierarquia ;)

O mundo muda, certo? Opa, e como.

Ora pois, por que a gente não acompanha essa mudança?

Note, algumas mudanças são tão óbvias que não faz sentido não mudar junto, ou ao menos aceitar a mudança e aprender com ela.

Esse é o mundo que nossos filhos vivem, os que já nasceram e os que estão por nascer. Os últimos estarão ainda mais inseridos num mundo de mudanças exponenciais. Eu me pergunto sempre, como ser pai num mundo desses? Se você ainda não é pai, é filho, certo? Imagina seu pai então. As tantas certezas que ele tem, tudo que ele acredita em choque com um espaço onde a certeza pode ser nada além de teimosia.

Nesse mundo eu aprendi uma coisa. Precisamos falar sobre paternidade. É o que aconteceu com a proliferação de espaços digitais, não é? Das redes sociais aos blogs e micro-blogs. Todo mundo fala alguma coisa sobre alguma coisa. Não tenho dúvidas que a expansão do feminismo se deve muito à esses espaços, por exemplo. Mulheres falam, e são lidas e ouvidas. E tudo se espalha. De forma exponencial.

Voltando. Vamos falar sobre paternidade? Conversando com o Wagner Brenner, editor do Update or Die, pensamos em abrir uma série de reflexões sobre o tema. A ideia é convidar alguns pais que admiramos, montar um time pra refletir sobre o nosso papel nesse contexto.

E no meu primeiro texto, quero falar sobre hierarquia.

Hierarquia? Sim. Fui educado num tempo em que, comparando uma família à uma empresa, o pai era o presidente, o CEO, a última palavra. Incansáveis as vezes em que ouvi de minha mãe ‘se seu pai deixar’, ou ainda, ‘isso é com seu pai’. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Pais eram generais, a mais alta patente dentro da família.

Muito se fala nas empresas sobre novas formas de liderança. Essa revolução acontece na Ambev, na Gerdau, no Itaú, nas escolas, na mesa de boteco. Como o CEO lidera e deve se adaptar às mudanças exponenciais do nosso tempo? Ora pois, e não vamos pensar da mesma forma com os nossos filhos e filhas?

Lutar contra mudanças inevitáveis é inútil.

Inútil porque nossos filhos e filhas estão inseridos nesse mundo onde as hierarquias são destruídas e reconstruídas a todo momento. Quando um rapaz de 21 anos ensina o CEO de 54 como usar o software de gestão da empresa, a hierarquia caiu. Quando uma filha decide não ouvir os conselhos da mãe sobre abuso moral no trabalho, a hierarquia caiu. Quando um pai pede ajuda ao filho para resolver um problema do qual ele não tem conhecimento, a hierarquia caiu.

O ponto é, ela cai a toda hora.

E num mundo de mudanças bruscas e constantes, qual o papel do pai nessa história toda? Eu tenho a sensação de que não ser um general ou presidente da família já é um bom começo. Frases como ‘aqui quem manda sou eu’ não fazem mais o menor sentido para nossas filhas. É o contrário do que elas vivem, sentem e refletem. Ouvir o pai dizer isso é como acessar um computador de 1980 rodando a primeira versão do Windows. Por mais que nossas filhas se esforcem para compreender, não rola. Os sistemas são incompatíveis.

Então nesse momento o que podemos fazer?

Bom, eu atualizo meu sistema operacional, e você?

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