Senso comum vs conhecimento científico

Em um mundo onde há, por meio da tecnologia, uma grande capacidade de comunicação, é cada vez mais necessário ter habilidade de discernir entre conhecimento científico (obtido através da atitude filosófica) e conhecimento proveniente do senso comum. 

  O senso comum consiste em uma ideia generalizada imposta logo ao nascer por pais, mestres, amigos, familiares ou antepassados. Como por exemplo: “Chá de boldo cura problemas no fígado”, “Gato preto da azar”, entre outros. Note que o primeiro exemplo hoje já é comprovado como sendo verdadeiro, enquanto que não há nenhuma evidência favorável ao último. Isso nos leva a outra característica do senso comum, as informações que ele carrega, ainda que algumas vezes corretas, frequentemente carecem de testes sobre a sua relevância para os fatos. Estes dificultados devido ao uso de termos vagos, desprovidos de especificidade, sua compatibilidade com certos fatos e má formulação das relações de dependência entre os acontecimentos. 

A transmissão constante dessas informações às garantem uma boa estabilidade no âmbito popular. Isso se deve também ao fato de que, usualmente, estas podem oferecer explicações suficientes para o uso cotidiano, em especial para pessoas idosas, essas sendo suas maiores defensoras mesmo diante de contra exemplos.  

senso comum 1

Pode haver ainda um conflito entre crenças (ou ideais) distintas, assim é preciso que o indivíduo pense a fim de decidir a qual se aterá. Esse é o início da atitude filosófica. 

 A atitude filosófica, de maneira geral, busca interpretar o mundo e a sua natureza de modo racional para, sem seguida, questionar a realidade. Diferentemente do senso comum, ela busca explicações sistemáticas e controláveis através de dados fatuais, ou seja, formular em termos gerais as condições sob as quais ocorrem certos eventos. Isso deve ser feito de maneira altamente específica, de modo que sejam evitadas ambiguidades e generalizações. Ao mesmo tempo, essa mesma característica a garante um risco maior de ser refutada quando comparada ao senso comum. 

A alta especificidade também a permite ter maior capacidade para ser incorporada a diferentes explicações, dessa forma, estabelecendo ligações que, à primeira vista, pareceriam improváveis. Assim como propor princípios explicativos básicos pelos quais seria possível demonstrar e provar diversas proposições e ideias.  

Os jovens tendem a serem os maiores percussores dessa ideia, devido a sua tendência em aceitar as mudanças às quais o mundo está sujeito. Para isso, é necessário evitar a “verdade inabalável” estagnadora provida pelo senso comum e gerar o progresso através da crítica. Pois, afirmações irrefutáveis fazer parte apenas dos mitos. Assim, é fácil ver a intrínseca relação entre atitude filosófica e ciência moderna.  

A ciência busca a sistematização do aparente caos. Através da formulação de hipóteses, é norteado o que será observado, a pergunta a ser respondida. Pois, embora por vezes interessante, pesquisar ou coletar dados apenas para o fazê-lo tem pouca utilidade. Assim, a hipótese é responsável por justificar e dar sentido às atividades do pesquisador. Através dos dados até então coletados, é necessário analisar se esses corroboram, não só com a hipótese (explicação) proposta, como também às anteriormente aceitas. O conjunto dessas atividades caracteriza a filosofia da ciência. 

Com a possibilidade constate de ter a sua hipótese refutada, se torna essencial evitar asserções definitivas até que sejam recolhidas evidências suficientes. E, ainda assim, não é possível excluir aquela completamente. Pois não há evidência completa, caso houvesse, teríamos certezas e não hipóteses. Sem essas, seria supor que se sabe tudo, algo injustificável. 

Há, ainda, a ciência possuída, que reúne e integra os resultados obtidos, esses até então bem fundamentados. Em oposição, temos a ciência em progresso. Essa é populada por dados discutíveis, incertos e provisórios. Ambas sendo igualmente importantes, pois sem a última não é possível fazer a primeira.  

No final, o homem se encontra perdido entre as coisas, sem saber a qual explicação se ater diante das, dificilmente inconciliáveis, diferentes interpretações sobre o homem e o universo. Pois sempre terá a vontade em experimentar outras realidades proporcionadas por diferentes componentes intelectuais como, por exemplo, pela arte, ciência, filosofia e a, controversa, religião.  

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