Storytelling e liderança, ferramentas estratégicas

O líder extraordinário contagia seus colaboradores por meio da emoção. Ao tocar o coração das pessoas, ele as inspira e as motiva para a ação. E nada é mais poderoso para provocar a emoção em alguém do que uma boa história.

Os verdadeiros líderes utilizam a técnica da narração de histórias como um meio para articular a visão compartilhada entre os colaboradores, fornecendo direção e inspirando o comprometimento para a ação.

A contação de histórias ou storytelling, tem sido cada vez mais frequentemente aplicada no mundo corporativo. Essa técnica é utilizada, entre outras aplicações empresariais, como ferramenta para moldar as crenças e valores e construir ou remodelar a cultura organizacional. Afinal, o passado da empresa se une ao seu presente através da sua história ao longo do tempo.

A cultura é uma das forças mais poderosas em uma organização. Entretanto, em muitas organizações, ela é invisível, intangível, e quase tem sua vida própria. Como meio de influenciar a criação de um produto ou ideia, ela demonstra valor e importância. Igualmente, uma história pode servir para demonstrar o que é importante e valioso para a organização. Afinal, histórias definem culturas e culturas definem as organizações.

A Disney, por exemplo, uma empresa especializada em contar histórias, vem utilizando eficazmente a técnica da narrativa em diversas ações de endomarketing, instalando efetivamente os seus valores organizacionais nos colaboradores

Na Nike, todos os altos executivos são designados “contadores de histórias corporativas”. Eles contam a história de como o cofundador Bill Bowerman despejou borracha no aparelho de waffle de sua esposa para criar um tênis de corrida melhor, inaugurando uma trajetória de inovação na cultura da empresa

Ao identificar, projetar e compartilhar histórias, mitos, situações e comportamentos que fazem parte da linha de tempo e evolução da empresa facilitamos o engajamento e alinhamento de crenças, normas, valores e direção. Ao se criar uma identidade e uma razão para pertencimento entre os colaboradores, surgirá um senso de lealdade e orgulho. E isso proverá consistência e alinhamento que poderão servir de pilares para o crescimento e sucesso organizacional.

O impacto do storytelling na motivação das equipes

Como engajar equipes é um dos maiores desafios dos líderes e gestores. Uma das palavras mais buscadas no Google é “motivação”. Um estudo feito nos EUA indicou que 70% dos colaboradores sentem-se desmotivados no trabalho e 75% dizem que deixaram o trabalho por causa de seus chefes – maus gestores. No Brasil, apenas 37% dos trabalhadores se sentem motivados.

Muitos líderes já perceberam que a narração de histórias possui alto impacto na modelagem, ou mesmo remodelagem, da cultura organizacional. No contexto atual, aonde temos que lidar com mudanças radicais e transformadoras na organização, muitas vezes de árdua execução, as histórias podem facilitar o engajamento e entusiasmo imprescindíveis para a desafiadora tarefa de fazer a mudança. As histórias podem fornecer clareza e entendimento, além de enfatizar os temas, rituais e narrativas organizacionais.

Segundo a Dra. Pamela Rutledge, diretora do Media Psychology Research Center, “Histórias são como pensamos. É com elas que damos significados à vida. Podemos chamá-las de esquemas, roteiros, mapas cognitivos, modelos mentais, metáforas, narrativas. Histórias são como explicamos o funcionamento das coisas, como tomamos decisões, como as justificamos, como convencemos os outros, como entendemos nosso lugar no mundo, como criamos nossa identidade e como definimos e ensinamos os valores sociais. ”

John Kotter, professor da Harvard Business School diz que “Aprendemos e mudamos melhor quando ouvimos histórias que nos tocam. Os ocupantes de cargos de liderança que não percebem ou não se utilizam do poder das histórias correm o risco de fracassar em sua empresa ou em sua vida pessoal.”

As histórias são importantes para direcionar o futuro das empresas, alinhando seu propósito, suas metas, seus valores e desenvolvendo o pensamento sistêmico.

Segundo o estrategista de negócios Alfred D. Chandler Jr.:

Como você pode saber para onde vai, se você não sabe onde esteve?”

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