O consumidor do futuro 2021

Como seremos e como se portar para esses novos grupos já existentes, mas agora mais lapidados?

A WGSN divulgou um Report sobre o Consumidor (até quando vamos usar essa palavra?) do futuro 2021. Por ser feito em junho, ele leva em consideração comportamentos recriados devido ao coronavírus com mais precisão, visto que estamos nessa há um tempinho já, né. Faltam 4 meses para chegarmos em 2021, se dependesse do BK já estaríamos lá. Mas como seremos daqui a pouco, com tantas formas de comprar fragmentadas e diversas?

Para responder essa pergunta a WGSN levou em consideração 2 propulsores de comportamento: o planeta e as pessoas.
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O planeta

Há muito tempo se fala do consumo responsável, mas esse finalmente começa a chegar de forma factível ao mainstream. Assim, o interesse por produtos e processos sustentáveis dispara, a redução da quantidade de matéria-prima usada nas cadeias de suprimento será objeto de atenção. E aqui eu ouso apostar no TikTok como um catalisador para o recycling e de ensino sobre sustentabilidade de forma acessíve Avalia-se que a economia circular represente uma oportunidade de um trilhão de dólares, e as marcas que já estejam planejando, pesquisando e inovando agora irão atrair os consumidores mais conscientes com relação aos impactos ambientais. Em setembro de 2018, a Missão de Economia Circular da União Europeia enviada à Índia descobriu que a redução do uso de recursos naturais poderia “gerar US$ 0,5 trilhão para o país até 2030”. A gentrificação do clima é uma crescente preocupação. No segmento imobiliário, as inundações e o calor intenso já redefinem o panorama nas cidades afetadas pelas mudanças climáticas. Essas mudanças já impactam o bem-estar das pessoas. Devido às incertezas políticas e econômicas dos últimos anos, psicólogos e profissionais de saúde mental já apontam as mudanças climáticas como causa (até aqui) de estresse e ansiedade.

As pessoas

Haverá uma maior polarização da renda, com o encolhimento do poder aquisitivo da classe média nos países economicamente desenvolvidos. A desigualdade econômica vem crescendo e a diferença entre ricos e pobres aumenta. A população cada vez mais velha e o constante aumento da automação irão continuar a restringir o poder aquisitivo e limitar a confiança do consumidor. Em muitos países, a população está vivendo mais e as taxas de natalidade estão caindo. Esse cenário começa a criar um conflito geracional, já que os jovens precisam arcar com custos públicos cada vez maiores para garantir assistência aos idosos. Ou seja, mais custos e menos renda. A confiança da China em assumir a liderança mundial em tecnologia e criação de marcas vai continuar crescendo, aumentando a influência do gigante asiático. Essa confiança deve turbinar as empresas chinesas e levar à criação de marcas voltadas para o mercado local. À medida que os consumidores chineses ficam mais satisfeitos com as opções à disposição, as marcas estrangeiras terão que repensar sua abordagem de mercado, colocando a velocidade e a inovação no centro das propostas. Aqui eu indico o TED-Talk Why we need to pay attention to Chinese millennials, Sebastian Guo de 2017, e super atual. A partir desses dois propulsores, a WGSN encontrou 3 tipos de consumidores: os compressionalistas, os guardiões da empatia e os criadores de mercado.

Os compressionalistas

Os compressionalistas são pessoas de todas as idades, que estão exaustas e sob pressão. Elas querem agarrar e resolver tudo, querem fazer tudo o mais perfeito possível, mas a ansiedade dificulta o processo. Esse é um grupo que precisa de marcas que os ajudem a melhorar as suas vidas. Como podemos engajar com esse grupo? Facilitando e simplificando sua vida.
  1. E-commerce simples e organizado: aqui temos que aplicar o paradoxo da escolha e Investir em uma experiência descomplicada. Quanto mais simplificarmos e facilitarmos o processo de compra, mais provável de ele ser concluído.
  2. Ajuda da IA: seja o registro de patentes da Amazon para transformar ônibus públicos em unidades móveis de entrega ou a parceria da Starbucks com a Uber Eats para fornecer bebidas quentes em menos de 30 minutos, a IA está transformando o conceito de agilidade. Em 2021, a próxima fronteira a ser desbravada será o uso de dados para criar soluções de compra que não causem estresse. Vale lembrar que desde o início deste mês já temos no Brasil o Programe e Poupe, da Amazon.
  3. Aposte na venda direta ao consumidor: a famosa linha de produção de Chaplin não funciona tanto com a nova geração, mais produtos cada vez menos equivalem a mais vendas, já que isso afasta o consumidor, que hoje se sente cada vez mais sobrecarregado pelo excesso de opções. Não estamos mais na era do acesso à informação, estamos na era da curadoria da informação. As marcas que vendem direto ao consumidor adotam uma mentalidade diferente, voltada para a ideia de que “menos significa mais”, disponibilizando um número menor de SKUs (unidades de manutenção de estoque), que é suficiente para satisfazer à demanda e garantir a exclusividade.

Os guardiões da empatia

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Eles vem ao encontro da propagação de ódio, que não é mais gratuita. A empatia, com eles, toma um novo e necessário protagonismo, com ações discretas, do desenvolvimento de novas comunidades e do rompimento da própria bolha. É sobre enxergar além. Como podemos engajar com esse grupo? A empatia se torna um indicador de desempenho, colocar as pessoas acima dos lucros que o dinheiro irá seguir.
  1. Humildade intelectual: as marcas que admitirem as próprias falhas ganharão pontos com os ‘guardiões da empatia’. Uma pesquisa realizada em 2018 pela consultoria Accenture apontou que 48% dos consumidores americanos que se sentem desapontados por declarações ou ações de uma marca em relação a um tema social estão reclamando abertamente sobre isso. As pessoas tendem a ser mais compreensivas quando uma empresa é transparente ou se desculpa publicamente. Lembre-se: não abordar um problema deixou de ser uma solução viável. Em 2021 não adianta mais se posicionar, as pessoas estão se cansando/cansadas de posicionamentos instagramáveis, é o momento da prestação de contas, elas querem os recibos.
  2. A empatia como indicador de desempenho: à medida que o marketing de massa perde espaço para o marketing com propósito, as empresas precisam investir em iniciativas de longo prazo e não em doações pontuais. Isso significa que elas devem constantemente comunicar aos consumidores suas parcerias e manter a transparência a respeito de seus fundos e recursos. O estudo ‘Brand Purpose’ realizado em 2018 pela consultoria Accenture apontou que 42% dos consumidores deixam de usar uma marca caso se decepcionem com suas ações. (show me the receipts).
  3. As pessoas acima dos lucros: isso pode ser arriscado mas tem o poder de fidelizar os clientes que compartilham dos mesmos valores da marca.

Os criadores de mercado

Foto do portfólio do: http://mousmous.com/ Instagram Os consumidores da Índia, África e do Sudeste da Ásia vêm sentindo uma onda de otimismo que deverá resultar em mudanças sociais e políticas. Empreendedores e conquistadores, os criadores de mercado são ativos e criam as suas próprias oportunidades. Como podemos engajar com esse grupo? Cocriação
  1. O D2C se transforma em P2P: as marcas que vendem direto ao consumidor (D2C) estão trabalhando junto a ele para criar espaços de venda direta Peer-to-peer.
  2. Mercados do terceiro espaço: “Os adultos ficam nos perguntando por que nós adolescentes não vamos mais aos shoppings centers. Nós vamos sim. Eles é quem não estão mais indo aos shoppings centers”, diz uma menina de 16 anos, participante da pesquisa focal em grupo feita pela WGSN. Os shoppings em questão são terceiros espaços, um universo on-line onde adolescentes e crianças passam tempo nos intervalos entre a vida doméstica e a profissional ou escolar. Para as gerações mais jovens, não existe fronteira entre o mundo físico e virtual e esses “terceiros espaços” estão prontos para engajá-los.
  3. A cadeia de suprimento reversa cresce e se simplifica: o comércio de revenda continua a ganhar participação de mercado sobre o comércio tradicional fazendo até com que a Amazon entre no setor de revenda. A empresa tem vendido itens devolvidos em plataformas de descontos como a Liquidation. com, que por sua vez, leiloam uma gama de produtos aos consumidores, que os renegociam em sites de revenda.
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