Grandes invenções humanas: a máquina do tempo

Sim, eu sei que você acha que ainda não inventamos uma máquina dessas, mas vem comigo.

Uma dos assuntos que eu mais gosto são as grandes invenções do ser humano. Entre elas, a minha preferida é a máquina do tempo. Sim, eu sei que você acha que ainda não inventamos uma máquina dessas, mas tenho que te contar que ela está entre nós. E faz tempo.

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Passado ou futuro?

Vamos voltar no tempo e começar do começo, que geralmente é mesmo um ótimo lugar para se começar alguma coisa. O Piteco, lá da idade das cavernas, quando saia para caçar seu mamute, muitas vezes voltava para a caverna com duas coisas: um pedaço de mamute e uma história.

Foi então que, em algum momento de tédio e vaidade, inventou o primeiro powerpoint da história: a parede da caverna. Com uma pedra ele rabiscava o mamute, sua lança voando e um auto-retrato em pose heróica. Uma selfie bem editada, com uma certa licença poética, como os humanos gostam de fazer até hoje.

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O primeiro power point a gente não esquece

Dando um FF nessa história, sabemos que esses desenhos na parede, que eram representações gráficas das coisas, em algum momento mágico acabaram sendo estilizados para se ganhar tempo. O mamute, por exemplo, em algum momento foi sendo “simplificado” e virou uma bola gigante com um tracinho que representava uma tromba. E pronto, a platéia da caverna já entendia o que era. Depois essa bolona com tracinho ganhou um som que a representava (um nome) e isso tudo foi virando um código cada vez mais estilizado e simplificado, até o ponto em que um rabisco virou um som ao invés de uma coisa.

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Os rabiscos evoluíram e viraram uma “escrita”, uma reprodução gráfica dos sons que sairiam da boca de uma pessoa se ela estivesse presente contando sua história. A beleza dessa mágica é justamente essa voz baixinha, que está falando dentro da sua cabeça exatamente agora, enquanto você passa seus olhos por esses pequenos rabiscos (as letras) que representam o som que sairia da minha boca se eu estivesse aí ao seu lado, falando tudo isso para você. Esses pequenos símbolos pretos nessa tela branca sou eu, dentro da sua cabeça. E isso vai funcionar mesmo depois que eu morrer. E cada vez que penso nisso não consigo deixar de ficar absolutamente fascinado com essa invenção humana.

E é justamente por poder dispensar a presença real do contador da história que acabamos inventando uma coisa capaz de nos transportar no tempo: a escrita. A nossa máquina do tempo.

Olhando para um alfabeto, essa maravilha formada por 26 rabiscos (no nosso caso), a gente nem pára pra pensar que trata-se de uma sofisticadíssima máquina do tempo e até a possibilidade da imortalidade de certo modo, a coisa mais incrível que já fizemos e que viabilizou todas as outras que vieram depois.

26 rabiscos. 26 tracinhos que nos trouxeram onde estamos.

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E agora que a gente está olhando de outro jeito para eles, dá até para enxergar aqueles primeiros desenhos do power-cave-point.

Quer ver?

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A letra “A” é um boi de cabeça para baixo (representando o animal, mas depois, conceitos bem mais amplos, como “macho”).

A letra “B” são seios. Ou uma mulher grávida.

A letra “C” é uma ligação, um link.

Em outras palavras, as 3 primeiras letras do alfabeto grego representam um homem, uma mulher e um filho, início e base de tudo. Claro, estou simplificando muito, existem vários alfabetos e origens diferentes, mas acho que todos eles, ou a maioria, têm sempre essa essência familiar na origem.

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Letras e palavras formam o painel da nossa máquina do tempo.

Por isso, da próxima vez que você encontrar uma criança em fase de alfabetização, não esqueça de dar a proporção certa para o que ela está recebendo. Avise que ela está fazendo um curso de pilotagem e que logo logo ela vai poder dirigir uma máquina do tempo, para ela poder viajar e também transportar muitos e muitos passageiros durante a vida toda. Que presente é a alfabetização. A gente acha que ganhou apenas uma habilidade, mas ganhou todo o conhecimento e imaginação de todos os que já viveram nesse planeta.

Melhor ainda, lembre-se disso você mesmo. Afinal, a sua máquina do tempo está bem aí, instalada na sua cabeça, só esperando para dar uma voltinha. Boa viagem e obrigado por viajar na minha, até esse ponto final.

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