Demais a história do Canva. Em 2013, Melanie Perkins ficou com seu kiteboard à deriva, machucada pelo impacto com um arrecife de corais, em uma das ilhas privadas do bilionário Richard Branson. Foram horas e horas para ser resgatada. Baita cilada, ainda mais para quem não pratica esse tipo de hobby. No que ela foi se meter?
O que a australiana de Perth estava fazendo no meio do Caribe? Bem, começar um negócio de tecnologia longe dos grandes pólos pode ser um baita de um impeditivo. Não por determinação ou capacidade de aplicação, mas para conseguir investimento mesmo, gente que embarca para fazer a coisa acontecer – e você nunca vai chegar a lugar nenhum sozinho. Melanie já estava cansada do “não”.
Já foram mais de cem, relata ela. Mas o destino quis que ela atendesse a um encontro de Venture Capitalists, que dividiam um interesse curioso: o kitesurf. Fez uma promessa para si mesma: na próxima oportunidade que tivesse de encontrá-los, iria ainda tirar uma onda – literalmente. Começou a treinar o esporte, para se inserir naquele contexto.
O que nos leva de volta à deriva, machucada pelos corais, perdida nas ilhas privadas de Branson. Uma intempérie no meio do caminho? Sim! Mas aquela se tornou a chave para a estratégia de captação para a startup que Perkins fundou e que hoje praticamente domina o mundo: o Canva.
“Foi como, risco: danos sérios; recompensa: iniciar empresa”, conta Melanie. “Se você colocar o pé na porta um pouquinho, terá de entrar o corpo todo.”, disse em uma ocasião para a Forbes.
Em 2007, Melanie criou o primeiro esboço do que seria o Canva. O processo de projetar e imprimir uma peça, como um pôster ou um panfleto – envolvendo composição da arte, formato de arquivo correto, gráfica no meio disso – parecia complexo demais para esse Século XXI. Não seria muito melhor fazer tudo em um só lugar com uma ferramenta online?
A plataforma cresceu e se transformou em um gigante global. Mais de 20 milhões de usuários, em mais de 190 países, usam o aplicativo freemium para projetar e criar absolutamente tudo. A principal vantagem do Canva sobre a concorrência tem sido sua facilidade de uso.
A receita da empresa vem do upselling para uma versão premium, que custa US$ 10 por mês, com recursos mais sofisticados de edição e criação, para além de oferecer um banco próprio de imagens.
“Sinto que fizemos um trabalho incrível, mas fizemos muito pouco em comparação com o que queremos fazer. Fizemos 1% do que considero possível. Nossa missão da empresa é capacitar o mundo para projetar. E realmente queremos dizer o mundo inteiro”, conta Melanie sobre sua visão para o futuro.
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