Há 26 anos, o mundo era outro. Male male existia Internet. WhatsApp, Instagram? Longe de serem concebidos. Não tinha essa coisa da instantaneidade, do resolver o trivial pelo digital. Se encontrar com os amigos, antes dessa dinâmica, também era só para o trivial e não pelo evento.
Friends pega exatamente nisso. No trivial das relações. Em se encontrar para falar besteira, em trocas verdadeiras na capacidade da dramaturgia de entregar grandes momentos. Friends, no final das contas, é sobre a gente mesmo. Sobre um recorte de uma década, em termos de comportamento, de hábitos e de consumo cultural.
Friends estreou em 1994 e não recebia um episódio inédito desde 2004. Foram 10 anos ao vivo e – agora em 2021 – um especial de reunião. No início, os atores recebiam US$ 22 mil por programa e, ao término, essas cifras chegavam na casa do milhão.
Entre as centenas de atores que participaram da série, nove são ganhadores de Oscar: Charlton Heston, Sean Penn, Susan Sarandon, Helen Hunt, Julia Roberts, Reese Witherspoon, Robin Williams, George Clooney, Jim Rash, Gary Oldman e Brad Pitt.
Mas passado todo esse tempo, por que o fenômeno Friends ainda é tão vivo, tão presente?
Talvez seja justamente por essa construção. Por um recorte completo sociocultural de uma época. Friends tem gravado 10 anos de uma geração muito característica e causa identificação, causa saudosismo. Quem assiste ou assistiu, se identifica. Quem não assistiu e se aventura, tem em mãos um material que remonta toda uma década de comportamento, extremamente real e honesto.
O desenvolvimento dos personagens sempre os aproximou de seus telespectadores, que dava a sensação realmente de todos serem amigos. De você conhecê-los de verdade. O modelo sitcom, que começou a ser explorado na década de 1990, explode com Friends.
Seinfeld e muitos outros exploraram o formato, mas chegar ao mainstream como Friends chegou, se tornando um fenômeno cultural, é difícil de ver até hoje acontecer
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