Perdida nesse rolê chamado paquera

Gente, vem cá, me explica aqui um lance. As pessoas só sabem paquerar pelo Instagram, é isso?

Eu, nascida nos anos 1970, solteiríssima, no auge da minha sexualidade, sem nenhum rolo do passado pra me empatar – nem do passado e digamos que também nem do presente –, tô perdida quando o assunto é paquera.

E não, não é que estou perdida porque estamos numa pandemia, as pessoas estão receosas, com medo, trancafiadas em casa e tal. Tem isso também. Mas mesmo sem “pista”, pelo menos as autorizadas, tem muita gente na pista sim, ou no linguajar da vez – ai que preguiça –, tem muita gente on!

Mas vocês estão ooooooooonde?

Eu não tenho Instagram pessoal, só o da minha boutique de comunicação. Só que aí sempre que um guri se aproxima de mim, independentemente da idade, juro pra vocês, não tem mais esse lance de “Luli, você pode me dar seu telefone pra gente marcar um drink?”. Não, isso está fora de moda. O que ouço hoje em dia é aterrorizador:

– Me passa seu Instagram pra eu curtir tuas fotos e mandar um direct.

Oi?

– Quer me curtir? Me curte na vida!

Que raio de código de conduta é este agora? E parece que nem é de agora. Confesso, eu detesto Instagram. Sério. Ainda mais quando escuto uma porção de histórias nonsenses por trás daquelas fotos maravilhosas que postam das viagens, dos encontros, dos namoros e tals.

A paquera analógica é tão mais gostosa. Um olhar. Um sorriso de canto de boca. Uma troca de aparelhos na academia só pra treinar perto de quem estamos de olho. Um esbarrão intencional. Será que isso vai voltar quando esta nossa vida – sequestrada pelo coronavírus – voltar pro rumo que estávamos habituados? Será?

Mais do que voltarmos a socializar uns com os outros – sem noia de se infectar –, é preciso voltar a se permitir conhecer, descobrir, paquerar, beijar e sonhar.

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