Meu dataset da Covid-19

Durante a pandemia, a imprensa criou um consórcio para consolidar o total de casos e mortes, que se desfez agora em 28 de janeiro de 2023, depois que mais de 80% da população foi totalmente vacinada e os casos de infecção e de óbitos atingiram uma estabilidade.

No início da pandemia de Covid-19, como a maioria das pessoas no mundo, suponho, fiquei muito preocupado e ansioso com o seu desenrolar. Sendo um cientista de dados, inicialmente usei meu conhecimento para prever a sua disseminação. Elaborei um modelo preditivo baseado na série de Taylor usando a primeira e segunda derivadas da aproximação contínua dos dados de uso. A razão para usar esse método foi devido à escassez de dados na época sobre o padrão de propagação do vírus.

Durante alguns meses obtive uma previsão decente (se tiverem interesse, podem consultar aqui o relatório que mantive durante o período no meu blog pessoal). Apesar dos bons resultados do modelo, decidi descontinuá-lo na época por falta de força emocional – me sentia como uma espécie de Nostradamus, prevendo o presságio da desgraça, embora tenha decidido manter uma atualização diária do número de casos e mortes.

De qualquer forma, sempre há um tempo para tudo na vida e, durante meses, fiquei sem conseguir decidir como encerrar esse trabalho. Com isso, firmei um compromisso comigo mesmo de continuar enquanto tivesse acesso à informação atualizada. Durante a maior parte da pandemia, a imprensa brasileira criou um consórcio de mídia para consolidar o total de casos e mortes, já que o governo na época havia decidido omitir (ou dificultar) essas informações.

O consórcio se desfez em 28 de janeiro de 2023, depois que mais de 80% da população foi totalmente vacinada e os casos de infecção e de óbitos atingiram uma estabilidade. Nesse sentido, decidi consolidar o conjunto de dados e torná-lo público. Qualquer pessoa pode acessá-lo no meu repositório do GitHub (https://github.com/marcelo-tibau/covid-19). Foi uma longa jornada, mas confesso que não estou nem aliviado nem satisfeito. Talvez porque era uma rotina diária, por mais de 1.000 dias, recuperar os dados ou porque ainda me sinto um tanto inseguro em relação à pandemia. De qualquer forma, espero que, mais cedo ou mais tarde, todos possamos suspirar em alívio e respirar destemidamente, e que esta pandemia se torna parte dos livros de história.

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