Com medo da IA? Espere só até chegarmos na computação quântica

Fundador e CEO da Strangeworks, Whurley garante: teremos mais inovações nos próximos 7 anos do que em toda a nossa existência

Se você ainda está tentando assimilar tudo que a Inteligência Artificial vai permitir, realizar e transformar nos próximos anos, de melhorias para o nosso dia a dia a um risco iminente de descontrole, se prepare: tudo deve ficar ainda mais intenso e potente com a popularização de outro elemento – a computação quântica.

Ainda nos últimos dias do SXSW 2023, lá em Austin (TX), um dos palcos foi ocupado por Whurley, fundador e CEO da Strangeworks, startup que tem como foco tornar essa modalidade mais conhecida, acessível e disponível para todos. Em sua palestra, ele deu alguns exemplos do que vai acontecer quando os supercomputadores estiverem em todo lugar, e garante: “eles ajudarão a transformar a humanidade nos próximos sete anos mais do que todas as inovações que vimos em nossa existência”.

Whurley é um entusiasta da tecnologia e acredita que, apesar dos riscos, os benefícios trazidos pela computação quântica – um sistema que, em vez de trabalhar com bits sequenciais, de 0 e 1, trabalha com os chamados q-bits, de processamento simultâneo, multiplicando incrivelmente a capacidade de processamento. Com isso, as máquinas não ficam apenas mais rápidas, mas passam a ser capazes de executar tarefas, desenvolver novos sistemas e até criar inovações que antes eram impossíveis de forma quase instantânea.

De acordo com o especialista, com a computação quântica e o avanço das ferramentas de IA que já temos, será relativamente fácil fazer coisas incríveis, desde reproduzir em instantes a composição de moléculas a prever com grande acuracidade questões climáticas, realizar integrações perfeitas entre sistemas de transporte de uma cidade – otimizando funcionamento de metrôs e ônibus, por exemplo –, desenvolver novos medicamentos e muito, muito mais. “Vamos usar mais e mais IA não só para fazer publicidade, escrever textos ou fazer roteiros. Elas serão o futuro das descobertas científicas. Vamos saber mais sobre o oceano, o universo e a natureza do que já tudo que já descobrimos até aqui”, garante.

Whurley diz que hoje só vê benefícios para o uso da inteligência artificial, garantindo que ela não só faz parte de seu dia a dia, como o torna mais produtivo e criativo. “Uso diariamente a IA para melhorar minha tomada de decisão e gerar alternativas que eu talvez, sozinho, não pensaria. Ela traz às pessoas as habilidades e possibilidades que antes estavam na mão apenas de grandes corporações, ou que precisavam de 20, 30, 100 pessoas para fazer”, reforçou, brincando na sequência: “Quem sabe ela não pode substituir e acabar com os advogados?”.


E o meu emprego?

Um dos maiores receios de profissionais das mais diversas áreas é sobre a manutenção de suas funções profissionais. Será que a IA vai mesmo roubar nossos empregos? E se “normal” ela já está provocando tudo isso, imagina com a tal computação quântica? Sobre isso, Whurley também não se mostra tão preocupado. Segundo ele, apesar de muito mais impactante e acelerada, ela é só mais um capítulo da evolução.

“Em 1980, os atendentes de banco protestaram na rua pelo lançamento do caixa eletrônico, porque acharam que iam perder seus trabalhos. Não acredito que a tecnologia vai tirar o emprego das pessoas, mas sim gerar novas oportunidades. Meu emprego em 1993 era gravar CDs para eventos como o SXSW. Isso não existe mais. E eu continuo tendo trabalho na tecnologia”, exemplificou.

Seu maior medo, porém, é o controle e acesso restrito às novas ferramentas. Para ele, se apenas um grupo restrito de pessoas e/ou empresas puder contar com os benefícios da IA e da computação quântica, aí sim o impacto pode ser crítico. “Precisamos que tudo isso seja inclusivo e acessível para que todos tenham oportunidade, e não separar o sucesso de quem poderá usar essas ferramentas com o desemprego de quem não puder”, enfatizou.

Além dos exemplos citados das possibilidades trazidas pelas novas tecnologias, Whurley resolveu provar seu potencial na prática. Ao final da palestra, ele revelou que toda sua apresentação foi produzida com ferramentas de inteligência artificial, de textos a imagens, baseada nos inputs e direcionamentos dele para  as ferramentas. Além disso, revelou que reativou seu blog, famoso na comunidade tecnológica e abandonado desde 2018, com base na IA – que desenvolveu novos textos “inspirada” nos anteriores, seu estilo de escrita e insights básicos de solicitação.

Está tudo lá, no whurley.com. Ou ainda vai estar, assim que a IA tiver novas inspirações.

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