Casamento entre conteúdo e varejo:o segredo do sucesso são as boas histórias

Novo e-commerce da Netflix aumenta as possibilidades de receita da empresa e promete ser o primeiro passo para ampliar a experiência dos fãs de suas produções originais.

É oficial: Netflix agora é também um e-commerce. Na semana passada, o serviço de streaming anunciou o lançamento da Netflix Shop, uma loja online com produtos exclusivos inspirados nos filmes e séries de seu catálogo.

Não é de hoje que itens relacionados a histórias do cinema e da TV são objetos de desejo. Disney e Marvel são grandes exemplos de licenciamento e a própria Globo já teve uma loja de produtos licenciados, encerrada em 2018. A diferença é que a Netflix promete uma combinação entre produtos selecionados e storytelling, em uma experiência de compra exclusiva.

Isso será feito por meio de uma curadoria especial de produtos de vestuário, decoração e estilo de vida em parceria com novos designers, para a criação de itens em edição limitada, com marcas cool, como a japonesa Beams, e até com o Museu do Louvre, despertando ainda mais o desejo dos fãs. Produtos licenciados da Netflix já podem ser encontrados em diversas lojas parceiras. Porém a iniciativa vem para reforçar a tendência de que a convergência entre produtos, histórias e experiências é um caminho sem volta.

Segundo a empresa, os planos não param por aí. Também estão no radar a entrada no universo de games e a produção de podcasts.

Independência financeira

Está claro que marcas que querem se destacar precisarão investir cada vez mais em conteúdo exclusivo e de qualidade e histórias que ajudem a criar um universo envolvente em torno de seus produtos. O termo storytelling nunca foi tão usado.

O caminho inverso também se mostra como uma grande oportunidade: publishers e produtores de conteúdo, estão descobrindo que produtos que materializam suas histórias e trazem o público para seus universos são uma promissora alternativa de monetização. Não à toa, vemos influencers lançando marcas próprias. Em um momento em que grande parte das nossas vidas acontece no ambiente virtual, tornar a experiência palpável é uma forma de satisfazer as necessidades das pessoas por contato real e estímulos multissensoriais.

Assim, quem antes dependia de anunciantes para garantir a receita, pode agora usar seu poder de contar histórias e a potência da audiência conquistada para vender seus próprios produtos.

Inteligência de dados

Nesse processo, a tecnologia torna-se mais uma aliada. Algoritmos cada vez mais avançados possibilitam a filtragem e o entendimento de dados relacionados à jornada do consumidor de conteúdo que, no final, é também consumidor de produtos. A inteligência de dados, quando usada de forma estratégica e realmente inteligente, possibilita o oferecimento de itens de forma natural e personalizada, o que se torna um diferencial em um momento em que ninguém aguenta mais publicidade invasiva e fora de contexto.

Ter nas mãos informações sobre que tipo de conteúdo seu público consome é uma arma poderosa para otimizar as vendas, aumentando ROI, ticket médio, recompra, life time value e diminuindo custo de aquisição.

Jeff Bezzos dá o exemplo: conteúdo é um bom investimento

Por tudo isso, não são só marcas de consumo e empresas de varejo que estão de olho nesse mercado. A Amazon, que sim, é uma plataforma de venda de produtos, mas já tem um pé em conteúdo há 14 anos, vem aumentando seus investimentos no segmento. Como sabemos, Jeff Bezzos não dá ponto sem nó, então, vale a pena ficar de olho.

Ao adquirir a MGM, no final de maio, por R$45bi, a Amazon não adquiriu apenas o catálogo de mais de 4 mil filmes e 17 mil programas de TV, mas um estúdio com quase um século de experiência em cinema, com um time talentoso e o know-how de contar boas histórias, que vendem e conquistam o público. A empresa, que vem investindo desde 2013 na produção de conteúdo original, agora vai contar com profissionais experientes e processos vencedores para isso.

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“O valor real por trás deste acordo é o grande catálogo que planejamos reimaginar e desenvolver com a talentosa equipe da MGM”, disse Mike Hopkins, vice-presidente sênior da Prime Video e Amazon Studios, em um comunicado à imprensa. “É muito empolgante e oferece muitas oportunidades para contar histórias de alta qualidade.”

Como já falei aqui, conteúdo é um ativo que tende a render bons dividendos a médio e longo prazo. Mas, para se destacar, não basta fazer, tem que fazer bem feito. E conteúdo bem feito tem um preço, que não é barato, porém é um investimento promissor.

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