Visibilidade.
O cursor é inclinado porque se fosse reto virava uma linha na tela, ficava magrinho demais e com certeza desapareceria como um Wally (Onde está o Cursor?) no meio dos outros elementos.
Nos primeiros testes ele era reto, e olha o que acontecia:
(tá bom que essa foto não ajuda muito, mas o cursor reto tinha mais cara de uma pequena linha mesmo)
Visibilidade é a resposta mais plausível, embora ninguém tenha 100% de certeza.
Quem tinha era esse senhor, o Mr. Douglas Engelbart, que infelizmente morreu no ano passado.
Foi ele que inventou o cursor (e o mouse para guiá-lo) e a tela do computador como a conhecemos hoje, com analogias como uma mesa, papéis, pastinhas e o lixo. Hoje a noite, quando você for rezar, pode agradecer esse cara porque ele facilitou MUITO a sua vida.
Ele transformou as telas chatas, que antes só tinham números e textos, em telas fáceis de entender e mexer, o que foi decisivo para o computador virar realmente algo que um mortal pudesse usar.
Fez o “P”, do “PC”.
Inventou isso na época em que era funcionário da Xerox mas sua interface já estava indo para a gaveta quando Steve Jobs apareceu para o resgate, comprou sua invenção e colocou tudo isso no Mac, o que prova que muitas vezes os gênios e suas criações precisam ser descobertos porque nem sempre sabem levar sua ideias adiante.
Já pensou? Por muito pouco a interface do seu computador teria sumido no limbo e sabe-se lá que caminho as coisas teriam seguido.
Permanecer com o esquema das telas antigas certamente teria, pelo menos, atrasado MUITO a democratização do computador e tudo aquilo que ele nos trouxe profissionalmente e pessoalmente.
Outro motivo também bastante plausível para o cursor torto, além do fator da visibilidade, é que quando a gente aponta alguma coisa na tela, nosso dedo fica…inclinado para esquerda, testa aí.
Viu?
Isso provavelmente explica a inclinação para a esquerda e não para a direita. É mais “orgânico”.
Visibilidade e imitação gestual humana. Simples, mas ajudou a mudar o mundo.
Agora, cursores de todo o mundo estão sendo substituídos pelos dedos – reais – das pessoas.
Se o assunto te interessa (e se você não conhece ainda), não deixe de assistir esse video que foi apelidado de “a mãe de todos os demos”, com Douglas Engelbart demonstrando sua interface lá em Stanford, no finalzinho de 1968. Tem mais de uma hora e meia, coisa de geek último grau, mas é um documento histórico.
Aqui tem um tributo, mais curtinho:
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