Os incríveis ninhos feitos de cabides

Há meses os cidadãos de Tóquio tentavam descobrir o mistério dos roubos de seus cabides.

Sim, cabides.

Simplesmente sumiam, e de dentro de suas casas.

Visitas começaram a receber olhares suspeitos.

Casais se entreolhavam procurando entender o que o outro poderia estar tramando.

Crianças eram duramente interrogadas.

Mas os culpados eram os Corvos.

Quando pensamos em animais inteligentes, logo lembramos do golfinho ou do chimpanzé. Mas quase nunca do corvo.

O corvo, que nos acostumamos a associar ao mórbido graças ao cinema,  está entre as criaturas mais inteligentes do planeta. Possui uma habilidade fora do comum no manuseio de objetos e uma memória incrível, capaz de lembrar de lugares e rostos com muita precisão. São capazes de entortar arames para usá-los como ferramentas para alcançar alimentos e memorizam o horário do caminhão de lixo, que para eles é uma espécie de Shopping Center ambulante.

São artesões, com câmera fotográfica, agenda e GPS dentro da cabeça.

São capazes de fazer sofisticadíssimos ninhos com o que estiver disponível.

Cabides, por exemplo.

Tóquio possui poucas árvores e não há muitos galhinhos disponíveis para os corvos fazerem seus ninhos como fazem os outros pássaros. O jeito foi se adaptar e aprimorar a técnica do furto seguido de arquitetura.

Em Fukuoka a situação é ainda mais bizarra porque os ninhos tem sido feitos em postes da rede elétrica, o que acaba promovendo espetáculos de luzes e faíscas quando todo esse arame entra em curto com a rede. Lá, existe até a “Patrulha dos Corvos” para impedir acidentes deste tipo.

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