O retrato mais famoso do seu planeta é assim

Criança acredita em tudo, ainda mais se estiver no livro da escola.

Foi assim que crescemos acreditando naquele desenho com os planetas em volta do sol, com as distâncias e tamanhos totalmente errados, mas mais fáceis de caber no livro.

Por exemplo, se a terra fosse uma bola de basquete e a lua fosse uma bola de tênis, sabe a que distância estariam?

Onze passos.

Páre um pouquinho e olhe para longe do seu computador e imagine essas bolas a uma distância de 11 passos. Isso é a realidade, não aquela bolinha bem ao lado da bolona.

Mas provavelmente a maior distorção que temos enfiada nas nossas cabeças é o mapa do mundo, o retrato do nosso planeta, o quadro de toda biblioteca, o cartaz de toda sala de aula. Esse aqui:

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Esse mapa foi desenhado em 1569 especialmente PARA NAVEGADORES (por Gerard de Kremer ou Cremer – em latimGerardus Mercator).

Nosso planeta, que é uma bola, foi transformado em um cilindro, como na foto do rosto, no alto do post. Fizeram mais ou menos isso:

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A ideia foi ótima, afinal assim os meridianos ficam sempre paralelos, facilitando a vida dos capitães dos barcos que enxergam direitinho para onde é o norte e o para onde é o sul, sem desvios.

Porém, apesar de ser muito eficiente para navegação, o mapa distorce completamente o tamanho dos continentes, piorando a medida que se vai em direção aos polos, onde (na vida real) os meridianos se encontram. E, por algum motivo bizarro, esse mapa virou o padrão para o resto do mundo não-navegante também.

É como pegar os óculos da sua avó e transformá-lo no padrão mundial, como o óculos universal e único que todos devem usar, apesar das distorções.

E aí você cresceu achando que a Groenlândia é do tamanho da África.

O mapa certo, que compensa as distorções e preserva as proporções dos continentes foi desenhado só 286 anos depois, em 1855 (Gall Peters). Ficou assim:

mapa2

Infelizmente, o mapa dos navegantes continua sendo ensinado para crianças em muitas escolas mundo todo. E, muito pior do que o problema cartográfico são as implicações políticas e sociais, que também foram distorcidas. Não é à toa que a Europa, dos navegantes, foi escolhida para ficar bem no centro e certamente com mais importância do que na versão corrigida de 1855.

Essa cena de “The West Wing” explica bem a situação:

img:Jorge Casais/Shutterstock

[via]

 

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