O sex appeal da paquera pelo Google Meet

Quando recebi o link para o Google Meet e entrei na sala, me deparei com um homem careca e tatuado. Meu número!

Eu ainda não sei o cheiro do Felipe (nome fictício para preservar a identidade do guri), o gosto do teu beijo, o quentinho do corpo dele perto do meu, se ele falará coisas picantes na minha orelha e nem tão pouco se teremos frequência sexual. Será? E só por isso já estou cheia de tesão nele. Não, não é por isso. Os motivos são outros. Mas confesso que imaginar se teremos química – ou não, vai saber? – já me enche de vontade, desejo e imaginação.

Felipe deu match comigo no The Inner Circle, aplicativo de paquera que tenho uma conta desde o início da pandemia, um ano e pouquinho. Eu dei o like primeiro. Não demorou muito para ele me notar. Bendito algoritmo.

Você está em algum aplicativo? Eu curto o IC: carrega rápido, navegabilidade bacana, perfis interessantes e, de brinde, ainda revejo alguns amigos das antigas. Nesses casos, nunca sei se o like é de desejo ou pra colocar a conversa em dia. 

Estar num aplicativo desses requer paciência. Nem todo like é correspondido, nem todo match é premissa de uma conversa com potencial e nem toda conversa é sinal de que dali três ou quatro dias você estará na frente do boy tomando um dry Martini ou um café – da manhã, quem sabe? É um mix de sorte, de intuição, mas também arrisco a dizer, de intenção.

Não. Espera. Eu não arrisco a dizer, eu acredito nisso, na intenção que você coloca pra paquerar num app ou pra se dar bem numa reunião de negócios. É preparo, planejar, ir com determinada intenção. Logo, concluo que pra sua paquera ser bem-sucedida num app, é necessário determinação.

Entrar no app com uma vibe carentona, esquece. Estar à toa e ficar dedilhando para um lado ou para outro, só fará você se cansar. Eu tenho a minha estratégia, navego no fim de semana, quando tenho um pouco mais de tempo e nenhuma preocupação de job pra resolver. Ok, está difícil não ter preocupação durante essa pandemia, mas estou conseguindo me manter estável – mesmo com os cinco choros revelados no post anterior.

De volta ao Felipe – que me deixou plantada três dias até puxar papo –, sou dessas que espera o guri se apresentar pra saber se o match não foi por engano. Seu “oi” que chegou pela manhã, virou um combinado para conversamos de noitinha, com hora marcada sugerida por mim. Funcionou. Combinado o jogo, nos permitimos trocar algumas mensagens.

Foi fluído, natural, arrisquei se já estava na hora de tomar um gin.

Ele entrou na onda e propôs um brinde.

Eu topei. E brinquei: – Me manda o link do Google Meet.

Fiquei no vácuo. Até que quarenta minutos depois veio a resposta:

– Estava na rua, vou servir meu vinho. Um momento…

Quando recebi o link para o Google Meet e entrei na sala, me deparei com um homem careca e tatuado. Detalhe: o Felipe tem cabelos variados no seu perfil no aplicativo. Careca e tatuado, meu número, desde os meus 25 anos. Foram umas três horas e meia de conversa de muita sincronicidade, do riso fácil, de reflexões, revelações, duas garrafas de vinho – uma em cada casa -, uma vontade absurda de beijar na boca e um convite para nos encontrarmos no fim de semana.

A intenção que eu pus quando fiz meu pedido pro universo? Me conectar com um cara gentil, trabalhador, esportista, bonito, sexy, que gosta de praia e que tenhamos frequência intelectual e sexual. Será que meu pedido foi atendido? Saberei nos próximos dias.

E você, está permitindo se abrir para o novo durante essa pandemia ou tem se boicotado?

Beijos carinhos, Luli.

 

 

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