O marketing de influência invadiu a política

Agora que passaram as eleições e os ânimos estão mais tranquilos (espero!), divido com vocês umas reflexões que fiz nos últimos meses.

Vocês também notaram que o marketing de influência invadiu a política? Pois é…como esse é um tema que está no meu radar praticamente 24 x 7, não pude deixar de notar.

Tenho algumas observações a fazer nesse sentido. A primeira é que o marketing digital é um caminho sem volta para a política. Se nas eleições de 2018 o digital já aparecia com força e, inclusive, aparentemente levou a melhor quem soube surfar nessa nuvem, em 2022 a modalidade se consolidou e quem não dominava precisou correr atrás.

Da consolidação do marketing digital à era do marketing de influência na política, certamente não tardaria muito…

Lula, Bolsonaro e Biden

O fato é que todos os grandes nomes da cena política dos últimos tempos recorreram a essa possibilidade seja para se aproximar, seja para estreitar laços com determinados públicos. Aqui no Brasil, vale lembrar, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vedou a contratação de influenciadores para qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na Internet. O que vimos, no entanto, foi um engajamento natural dos influenciadores, nas campanhas a despeito do risco de se perder seguidores, um ativo importante para eles.

O presidente Jair Bolsonaro fez campanha ativa por influenciadores, entendendo inclusive o poder da nanoinfluência em sua estratégia de virar votos. Promoveu e participou pessoalmente de encontros com influenciadores digitais e tudo.

O presidente eleito Lula também fez suas apostas nesse sentido. Incluiu na agenda encontros com influenciadores digitais e ganhou até apoio de celebridades do topo da cadeia do mercado de influência. O empenho da cantora Anitta é um exemplo.

Para reforçar a ideia de que o marketing de influência na política é um fenômeno mundial, é conhecida também a aproximação de Joe Biden dos influenciadores digitais. Ele não só ganhou apoio expressivo em sua eleição, em 2020, com nomes como o de Lady Gaga a seu favor, como entendeu que essa é uma ferramenta poderosa especialmente para se chegar ao eleitorado jovem.

Um pouco antes das midterms do início de novembro, pleito em que os americanos escolhem representantes para meio mandato em diversos cargos, como senadores e membros da Câmara de Representantes, o presidente americano recebeu um grupo de influenciadores expressivos no TikTok para uma visita na Casa Branca com o objetivo de fortalecer candidatos democratas no pleito.

Enfrentamento à desinformação

Evidentemente, ao mesmo tempo em que há escalada do apoio de influenciadores às campanhas políticas, há também a necessidade de elevar o nível de conscientização do público em geral e dos próprios influencers sobre as fake news. Por outro lado, especialmente os que estiverem genuinamente engajados em determinadas causas, poderão servir de instrumento de acompanhamento dos mandatos e amplificar a voz da população quando for necessário cobrar a classe política. A ver.

Receba nossos posts GRÁTIS!
Deixe um comentário

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More