Tom Hanks é updater em “Relatos do Mundo” ;)

Assisti ontem ao “News of The World” (“Relatos do Mundo”), o novo filme do Tom Hanks que estreou no ano passado nos cinemas americanos e que foi comprado pela Netflix para stream pelo resto do mundo. Direção do Paul Greengrass, o mesmo que dirigiu o Tom Hanks em Capitão Phillips.

Pô, que filme bacana, adorei.
E por vários motivos.
Pessoais, todos, mas quem sabe ecoa aí com as suas impressões, ou incentiva aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de assistir. É só um compartilhamento das minhas impressões do filme, nada de avaliações políticas, sociais ou outras viajadas mais ambiciosas. É só o que eu conversaria com você se tivéssemos acabado de assistir o filme.

Então vamos por partes.

Primeiro, é um Western. Eeeeeiiii saudades de um western no meio da tarde com uma pipoquinha.

Como é bom escapar para outros tempos e lugares, mudar o ritmo, ver outos tipos de problemas pra variar. O mais perto disso foi com o recente Mandalorian, o western do universo Star Wars. Mas um “filme de cowboy”, roots, fazia tempo.

Segundo, porque PÔ!!! o personagem do Tom Hanks, veja você, é um updater!

Que maravilha!

Ele lê todos os jornais da época (que chegavam a poucos privilegiados) e viajava de cidade em cidade fazendo apresentações para grupos pequenos, onde contava as novidades para além das fronteiras da cidade. Adorei ver como ele sempre começava sua apresentação justificando seu ofício – e ao mesmo tempo livrando a sua platéia de culpa, já que está ciente que “vocês moram em um lugar distante de tudo” ou ” vocês são ocupados demais e não conseguem ler os jornais’. E é por isso que ele faz essa parte por elas. Técnica perfeita, aprendam aí para futuras apresentações ;)

Não é um jornalista, é um curador. Um updater mesmo (e falo sem pretensão nenhuma porque sempre deixo claro que “updater” não é cargo, muito menos exclusividade desta humilde comunidade. É característica nata de alguns). Não é só jornalismo porque seu valor vai além da entrega da informação, sempre fazendo isso de maneira criteriosa e principalmente com espaço de sobra para as importantes entrelinhas.

É interessante pensar sobre isso, sobre essa defasagem entre o que existe de informação no mundo e o quanto e como as pessoas acessam isso tudo. Faço esse exercício mental há anos. Uma questão que existe desde sempre, seja por pura indisponibilidade de acesso como foi durante 99% da história do humanidade – ou seja por falta de querer mesmo, um triste cenário como o atual, em que a tecnologia nos permite alcançar tanto, mas mesmo assim nos contentamos com tão pouco e de forma tão passiva. Quem diria que em 2021 ainda flutuaríamos tanto assim pelo mainstream. Nada contra, mas só mainstream não dá né.

Enfim, voltando ao filme.

O Tom Hanks é o cara, sempre. E desta vez é acompanhado de uma jovem atriz menina que é um talento puro, a pequena Helena Zengel, que já anda fazendo sucesso na indústria cinematográfica. É de apaixonar. Ela faz uma espécie de contraponto ao estilo prático e pragmático do protagonista, trazendo com ela uma oportunidade de uma visão mais holística da vida, mesmo que não tenha essa intenção nem consciência disso, afinal é uma garotinha ainda. Porém, já com muitos ensinamentos.
Reviews por aí exploram a parte da Guerra Civil, etc, mas como mencionei, eu estava em uma sintonia mais sutil e me peguei mais na parte da alma. É tudo muito despretensioso e uma ótima dica de filme para esses tempos em que estamos todos cinéfilos por confinamento.

E você? Assistiu? Conta aí vai.

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