Quando a Arte nos surpreende – Parte 3

Apreciando a ousadia de artistas fora da curva

Para quem está chegando agora e veio pelo título, por ter interesse em Artes, é bom estar ciente de que a proposta dessa série é trazer artistas cujo trabalho apresenta algum traço de uma ideia inusitada, diferentona e que, exatamente por essa razão, acaba nos provocando a surpresa diante do incomum.

Por isso mesmo vale a pena conferir as duplas que já foram mostradas na parte 1 e na parte 2

___________________________________________________________________________________________________

Simon Berger

Bearded man with intense gaze in dramatic blue lighting and smoke background

Ele nasceu na Suíça, onde mora e trabalha no seu próprio estúdio e hoje, dia 9 de abril, está completando 48 anos. 

Simon Berger (não “Sáimon”, como no inglês; mas “Simôn“, como no espanhol. Não “Berjér”, como no francês ou Bérjer, como no ‘brasileiro’; mas “Bérguer“, como no alemão) trabalha com vidro, e talvez você esteja imaginando que ele faz espelhos, ou portas para box de banheiro ou mesmo vasos decorativos usando o método (quase artesanal e quase milenar) dos cristais murano, mas não é nada disso. Esse material tão frágil ganhou uma técnica inovadora através das hábeis mãos do aniversariante do dia, quando ele inventou de esculpir rostos através das “ramificações” de trincas e estilhaços causados pelas batidas do martelo no vidro. Olha que doideira:

Em alguns vídeos em que ele aparece trabalhando é possível notar que em algumas de suas obras, ele põe vidros sobrepostos e em outros ele cola cacos que formam uma espécie de mosaico, mas sua marca mais forte são mesmo os incríveis vidros quebrados com formas bidimensionais, que ele chama de “morfogênese”.

Apesar de ser um carpinteiro de formação, Simon Berger começou a explorar o mundo das artes pintando retratos com latas de spray, antes de recorrer às novas possibilidades de outros materiais.

Foi quando trabalhava com carrocerias de veículos usados, que lhe ocorreu a dúvida sobre o que fazer para reaproveitar o para-brisa do carro e assim nasceu sua ideia de trabalhar com vidro. Após as primeiras tentativas de controlar as batidas e as quebras, ele foi aperfeiçoando gradualmente a técnica e sua arte única tem lhe trazido notoriedade e o levado a exposições solos por várias partes do mundo onde, através da “destruição”, a beleza é revelada.

Para conhecer mais do artista:
Site, Instagram 

_________________________________________________________________________________________________________

Greg Goya

Young man with curly hair in low-key lighting against a dark background

Greg Goya é o pseudônimo desse artista italiano de Turim, 25 anos, que abandonou o curso Direito e também o trabalho na Armani e na Nike para se dedicar à arte urbana. 

Seu trabalho consiste em intervenções e instalações interativas nas ruas e o 1º deles foi o “Beije aqui”, que logo viralizou nas redes sociais.

greg 7

Ele garante ter boa relação com a polícia local. rs

De lá pra cá muita criatividade rolou em forma de plástico bolha para quem precisa desestressar, mural para registro das maiores decepções ou de algum momento específico que a pessoa gostaria de reviver…. Mas em cada obra dele percebe-se facilmente que seu objetivo é humanizar os espaços públicos, convidando / provocando os transeuntes a uma ação simples ou a uma simples reflexão, sempre tendo, como pano de fundo, alguma das muitas emoções humanas.

Young person attaching bubble wrap to a street pole with a sign reading Anti-Stress Remedy as a public stress relief initiative.
“Remédio anti-stress”
Greg 2
“Quando é o momento certo? Agora, agora, agora, agora….”
Woman checking phone by tram stop with a litter bin in foreground displaying a sign in Italian.
“Escreva e jogue fora os seus medos”
Person writing on a whiteboard with an Italian phrase asking "If you had only one year left, what would you do?" in a public setting with a city bus in the background.
“Se te restasse só 1 ano, o que você faria?
Man placing sticker on No Smoking sign in urban street setting
“Ligue para seus avós, eles não são para sempre”

Alguns de seus trabalhos duram alguns minutos e desaparecem, como no caso engraçado relatado pelo próprio artista:
“Eu tinha instalado uma caixa de emergência com uma garrafa de vinho dentro e no copo estava escrito “em caso de coração partido, quebre o vidro.
Normalmente, esse tipo de trabalho dura 40 minutos e daquela vez eu recebi um vídeo-selfie de um cara, cujo recado era o seguinte: 
“Mano, eu odeio sua arte, mas minha namorada me largou e lá estava escrito que eu tinha que quebrar o vidro e eu tive que fazer isso!.”

Por isso essa modalidade artística é chamada de “Fast Art”. O mesmo princípio de fast food e fast fashion.


Quanto à reação mais emocionante que presenciou, ele relata uma cena que se tornou inesquecível.
Num banco branco de praça, ele instalou uma placa com a seguinte inscrição: “se pudesse escolher, quem você gostaria que se sentasse aqui ao seu lado?:
Qualquer um poderia escrever uma resposta.
Ele conta que houve um “silêncio maravilhoso”, enquanto as pessoas lentamente começaram a escrever.
Foi então que um senhor de uns 80 anos se aproximou, acompanhado da filha e falou pra ela:escreva o nome de sua mãe”.
Assim ela fez e os dois começaram a chorar.

Bench with handwritten messages under cherry blossom trees in bloom.

Ele costuma apresentar 2 obras por semana e tem as redes sociais como sua principal ferramenta de divulgação, onde sempre tem milhões de visualizações. 

Para conhecer mais do artista:
Instagram

Receba nossos posts GRÁTIS!
Deixe um comentário

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More